Okinawa pede redução de bases norte-americanas no arquipélago japonês
23 de jun. de 2024, 08:47
— Lusa
"Para alcançar a
ilha de paz que o povo de Okinawa deseja, as bases militares americanas
devem ser reorganizadas e reduzidas", disse o governador de Okinawa,
Denny Tamaki, de acordo com a emissora estatal NHK.Tamaki
e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, participaram na cerimónia
de aniversário, realizada em Itoman, cidade situada no sul da ilha
principal de Okinawa e palco do fim da batalha."Durante
a última guerra, Okinawa foi palco de uma batalha horrível. A
eliminação das bombas não deflagradas e a recolha dos destroços ainda
estão em curso. É nossa responsabilidade transmitir a trágica realidade
da batalha de Okinawa e o valor da paz à próxima geração", disse
Kishida.Em 2023, o gabinete de Kishida
enviou mais elementos das Forças de Auto-Defesa japonesas na ilha de
Ishigaki, face às crescentes tensões em Taiwan.A
medida suscitou críticas e preocupações entre a população local, que
receia que o arquipélago possa vir a ser palco de um novo confronto.A
Batalha de Okinawa foi a única invasão terrestre do Japão pelos EUA
durante a Segunda Guerra Mundial e teve lugar poucos meses antes da
rendição nipónica, dias depois do lançamento das bombas atómicas em
Hiroshima e Nagasaki.O sangrento confronto durou três meses e custou a vida a um em cada quatro residentes do arquipélago, cerca de 94 mil no total.As
autoridades locais aproveitam frequentemente o aniversário para
sublinhar o pesado fardo que carrega o pequeno arquipélago, onde estão
localizadas cerca de 75% das instalações militares dos EUA no Japão.As
bases militares, que ocupam um quinto da superfície da ilha principal,
foram construídas em terrenos expropriados durante o período de ocupação
norte-americana, que durou até 1972, duas décadas mais do que no resto
do país asiático.