Oito milhões de passageiros aéreos afetados por atrasos/cancelamentos em Portugal em 2019
16 de jan. de 2020, 17:25
— Lusa/AO Online
Num balanço dos voos de
Portugal em 2019, a AirHelp refere que os aeroportos João Paulo II (em
Ponta Delgada) e Humberto Delgado (em Lisboa) apresentaram a “maior
percentagem de perturbações”, mas que Lisboa regista “a melhoria mais
significativa” face a 2018, sendo a Sata a companhia “que
menos cumpre os horários” e a TAP Air Portugal “a única que regista uma
melhoria na sua 'performance'” relativamente ao ano anterior.No
caso do aeroporto João Paulo II, a organização de defesa dos direitos
dos passageiros aéreos reporta “perturbações” em 42% dos voos, enquanto
no aeroporto Humberto Delgado a percentagem de voos que não cumpriram o
horário foi de 39%.Ainda assim, nota,
“comparando a atividade de 2019 com 2018, Lisboa apresenta a melhoria
mais significativa, com uma diminuição de 4,0 pontos percentuais na
percentagem de voos com perturbações”.Analisando
o desempenho das companhias aéreas com maior atividade em Portugal, a
AirHelp conclui que a Sata “lidera na percentagem de voos com
perturbações” (41%) e que a TAP Air Portugal “é a única que regista uma
melhoria na sua performance”: “Em 2019, 35% dos voos tiveram
perturbações, enquanto em 2018 se tinham registado perturbações em 43%”,
avança.Contudo, em termos dos passageiros
afetados por perturbações, em 2019 a TAP Air Portugal apresenta o maior
número, com mais de 2,6 milhões de viajantes a enfrentarem “problemas
no voo”, seguindo-se a Ryanair, com cerca de 1,7 milhões de pessoas
afetadas, a Easyjet, com 714 mil, e a SATA, com 296 mil.Segundo
a AirHelp, globalmente, no ano passado 34% dos voos com partida em
Portugal “chegaram ao destino com mais de 15 minutos de atraso ou foram
cancelados”. “Como consequência, cerca de
oito milhões de passageiros foram afetados por atrasos superiores a 15
minutos e mais de 190 mil viajantes viram o seu voo cancelado”, refere,
avançando que, “em média, os cancelamentos de voos causaram dificuldades
a mais de 500 pessoas por dia”.Do total
de passageiros que enfrentaram perturbações em voos, a AirHelp diz que
“cerca de 270 mil têm direito a compensações financeiras das companhias
aéreas, de acordo com o regulamento EC261”.Citada
no comunicado, a especialista em direitos dos passageiros aéreos da
AirHelp, Carolina Becker, afirma que, “embora se tenha verificado uma
ligeira melhoria global em termos de performance dos voos, com a redução
do número e percentagem de voos com perturbações em 2019
comparativamente a 2018, ainda há um longo caminho a percorrer”. É
que, recorda Carolina Becker, “no final do ano passado Portugal
evidenciou-se pelos piores motivos, ao registar a maior percentagem de
perturbações em voos entre os países da União Europeia”.Notando
que, com base num estudo divulgado pela AirHelp, uma percentagem
“alarmante” de 83% dos passageiros aéreos da União Europeia desconhecem
os seus direitos, a organização esclarece que, “no caso de
cancelamentos, a maioria das pessoas contenta-se com o reembolso do
bilhete, mas é importante que saibam que, além disso, podem ter direito a
uma compensação de até 600 euros”.