Oito em cada dez doentes tomaram genéricos este ano

Medicamentos

26 de set. de 2011, 18:12 — Lusa/AO online

Alguns dados do estudo efectuado pela Escola Nacional Saúde Pública (ENSP) foram hoje divulgados pelo bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, que em conferência de imprensa recusou a ideia de os profissionais portugueses serem contra a prescrição de genéricos. “Cerca de quatro por cento dos doentes não tomaram genéricos no primeiro semestre do ano porque alegadamente os médicos se recusaram a passar genéricos. Mas é preciso não esquecer as justificações científicas para o fazer”, começou por defender José Manuel Silva. O bastonário lembrou o caso dos medicamentos de margem terapêutica estreita, que não devem ser substituídos, e os casos “pessoais de médicos e doentes com más experiências anteriores com genéricos”: os medicamentos são "bioequivalentes mas depois não existe igualdade de efeitos". Há ainda as situações em que a diferença de preços entre originais e genéricos é tão pouco significativa que os doentes optam pelos originais e os casos em que os medicamentos não necessitam de receita médica obrigatória, lembrou ainda José Manuel Silva. Segundo o estudo da ENSP, 85 por cento dos doentes tomaram genéricos no primeiro semestre de 2011. A estes números, o bastonário acrescenta outros cinco por cento da população que terão tomado genéricos antes de 2011, "ou seja 90 por cento da população já terá tomado genéricos".