Ogier conquistou sétimo título mundial de ralis e ficou mais perto do recorde de Loeb

Ralis

6 de dez. de 2020, 13:08 — Lusa/AO Online

Ogier é o segundo piloto mais vitorioso na disciplina, apenas atrás do compatriota, homónimo e antecessor Sébastien Loeb, sendo apenas o segundo a ser campeão por três marcas diferentes (Volkswagen, Ford e Toyota), igualando o feito do finlandês Juha Kankkunen, campeão com Peugeot (1986), Lancia (1987 e 1991) e Toyota (1993).Curiosamente, Ogier apenas não conseguiu ser campeão com a Citroën, a marca que o lançou no mundo dos ralis, da qual saiu em 2012 por se sentir tapado por Loeb e à qual voltou em 2019 com o objetivo de ser campeão, após seis títulos consecutivos.No entanto, o casamento com a marca francesa não resultou e durou apenas um ano, tendo antecipado o divórcio, trocando o duplo Chevron pela japonesa Toyota, aonde foi ocupar o lugar deixado vago pelo recém-campeão Ott Tanak.Cada vez mais longe da sombra do compatriota, Ogier distingue-se pelo trato fácil e simpatia, igualando os dotes na condução. Casado com uma apresentadora alemã de televisão, com quem tem um filho de quatro anos, tem na família um importante suporte.O amor pela competição começou a ver os troços do rali de Monte Carlo, que passam literalmente à porta de casa. Trabalhou como mecânico e instrutor de esqui, antes de ver as portas dos ralis abrirem-se numa formação de preparação de carros de competição.Como a equipa para a qual trabalhava já participava no Rally Jeunes, prova de captação de talentos, um dia decidiu inscrever-se. Foi quanto bastou para começar a fazer história.Daí ao Mundial de Juniores foi um ‘passinho’, que o fez aterrar na Citroën Junior Team em 2009.Alcançou a primeira vitória no ano seguinte, precisamente em Portugal, causando espanto por ter batido o então incontestado Loeb.O triunfo no Algarve levou os responsáveis da Citroën a colocarem um carro oficial nas mãos do seu jovem pupilo na segunda metade do campeonato de 2010 e Ogier não desiludiu, tendo vencido no Japão e terminado em segundo lugar no difícil Rali da Finlândia.Em 2011, venceu cinco provas, reeditando o sucesso em Portugal, mas terminou o Mundial no terceiro lugar. A convivência com Loeb não foi pacífica e Ogier deixou a Citroën no fim da temporada, por considerar que nunca poderia ser campeão enquanto o compatriota estivesse na equipa.Ogier apostou na Volkswagen e no desenvolvimento do Polo R WRC, que apenas faria a estreia oficial na época seguinte, o que o levou a participar no campeonato de 2012 ao volante de um pouco competitivo Skoda Fabia S2000, tendo como melhor resultado um quinto lugar, na Itália.A entrada da Volkswagen no Mundial de Ralis, em 2013, não poderia ter sido mais triunfante, com Ogier a vencer nove das 13 provas, beneficiando do facto de Loeb ter participado apenas em ‘part time', ainda assim impondo-se em dois dos quatro ralis que disputou.Ogier e a Volkswagen prolongaram o sucesso nos três anos seguintes, em 2014, 2015 e 2016, até que o surpreendente abandono da competição por parte da marca alemã levou o francês a procurar uma nova ‘casa', optando pela M-Sport, sempre com o compatriota Julien Ingrassia como copiloto do Ford Fiesta.Sem perspetivas de evolução, em 2019 regressou à Citroën, sem sucesso.Ameaçou com o final de carreira para se ver livre do contrato com os franceses e acabou por rumar à Toyota, órfã de Tanak.A vitória obtida no Rali de Monza permitiu a Ogier assegurar a conquista do título de 2020, apesar de ter partido com 14 pontos de atraso para o galês Elfyn Evans (Toyota), que se despistou sábado no gelo italiano.A pandemia levou o piloto natural de Gap a adiar a ideia de reforma, que tinha prevista para o final deste ano, renovando por mais um ano com a equipa nipónica. Contudo, hoje mesmo tratou de avisar que será o último da carreira.Antes desta prova, Ogier considerou que o título de 2020 não teria o mesmo sabor de um ano normal, devido aos constrangimentos provocados pela pandemia do novo coronavírus, que obrigou ao cancelamento de diversas provas, incluindo o Rali de Portugal, deixando o calendário com apenas sete rondas pontuáveis.