OE2019 leva docentes a enviar emails a deputados que são professores
22 de out. de 2018, 15:57
— Lusa/AO Online
A
iniciativa partiu da Federação Nacional de Professores (Fenprof) que
vai divulgar, online e através das redes sociais, uma proposta de texto
assim como disponibilizar “um mecanismo eletrónico que o fará seguir
para o endereço de todos os professores que são deputados”. Em
causa está a proposta de Orçamento do Estado 2019 (OE2019) que não
prevê “sequer iniciar” a recuperação dos nove anos, quatro meses e dois
dias de serviço congelado nem prevê a “regularização dos horários de
trabalho ilegais que são impostos aos professores ou para dar um efetivo
combate à precariedade que continua a afetar fortemente a profissão
docente”. A
proposta, que classificam de inadmissível e inaceitável, "também passa
ao lado dos problemas das escolas e ainda os poderá agravar, caso se
concretize o processo de transferência de competências (municipalização)
para as câmaras municipais”, lê-se no texto escrito pela Fenprof.Os
docentes devem enviar os e-mails aos deputados assim como aos
respetivos grupos parlamentares criticando a atual proposta de OE, que
consideram que “esquece a educação e desrespeita os professores”.“Enquanto
docente, defendo um Orçamento do Estado diferente para 2019 e espero
que os/as senhores/as deputados/as não esqueçam que a Educação, as
escolas e os professores são fundamentais para o futuro do País.
Esquecer isto e manter um Orçamento do Estado que o ignora é contrário
ao interesse de Portugal e dos Portugueses”, lê-se na proposta de e-mail
sugerida pela Fenprof. “Sendo
o/a Senhor/a Deputado/a docente de profissão, seria ainda mais grave e
imperdoável que, no momento de se pronunciar sobre o OE para 2019,
esquecesse isso. Os seus colegas estarão atentos à sua posição”.Esta
é mais uma forma de protesto desencadeada pelos sindicatos de
professores que desde o ano passado têm lutado pela recuperação dos nove
anos, quatro meses e dois dias de serviço que esteve congelado. Vários
sindicatos dos professores marcaram uma greve que começa a 29 de
outubro e que poderá prolongar-se até ao final do ano, através de um
protesto que terá incidência maioritariamente em reuniões, mas também
formação e apoio a alunos fora da componente letiva dos docentes.