Observatório da Violência no Namoro recebeu 74 denuncias em 2019
14 de fev. de 2020, 13:42
— Lusa/AO Online
Apesar de o número de
denúncias ter decrescido relativamente a 2018, o observatório considera
que os casos reportados apresentaram maior gravidade. Em 2018 foram
recebidas 128 denúncias de vítimas e de testemunhas de violência. De
acordo com a esta plataforma de denuncia informal, 38 denuncias foram
efetuadas por ex-vítimas, 28 por testemunhas e oito por atuais vítimas.Em
77% dos casos os agressores são namorados atuais das vítimas, em 12,2%
dos casos as vítimas foram alvo de ameaças de morte, 13,5% das vítimas
necessitaram de receber tratamento médico e 1,4% foram hospitalizadas em
consequência da vitimação sofrida. O ciúme (70,3%) foi a principal causa da violência seguida de problemas mentais do agressor (40,5%).Mas,
os dados revelam que os casos de violência surgiram também na sequência
de problemas familiares do agressor (25,7%), da conduta da vítima
(23%), da influência dos amigos (18,9%), do consumo de álcool ou de
outras substâncias por parte do agressor (14,9%) e de dificuldades
económicas de quem agrediu (13,5%).O observatório revela ainda que 71 denúncias foram efetuadas por mulheres e três por homens. Os crimes ocorreram em 51,4% dos casos no Porto e em 10% das situações nos distritos de Lisboa e Aveiro. Segundo o estudo, 95,9% das vítimas são do sexo feminino e 91,9% dos agressores são do sexo masculino. A média de idades das vítimas é de 21 anos e a dos agressores é de 23 anos.Ainda
segundo o observatório, 94,6% das vítimas são de nacionalidade
portuguesa, 87,8% são heterossexuais e 66,2% são estudantes.O
local de maior incidência da violência é a casa (62,2%), seguido da rua
(48,6%), da escola/faculdade (36,5%) e em 29,7% dos casos a violência
foi praticada online. As tipologias de
violência mais prevalentes são a violência verbal (87,8%), seguida da
violência psicológica (75,7%), do controlo (64,9%), da perseguição
(35,1%), da violência social (32,4%) e, por fim, da violência física e
sexual (27%). Em 73% das situações denunciadas não foi apresentada queixa às autoridades competentes.O
ObVN é uma iniciativa da Associação Plano i no âmbito do Programa UNi+,
financiado pela Secretaria de Estado para a Cidadania e Igualdade (1.ª e
2.ª edições) e pelo Fundo Social Europeu no âmbito do Programa
Operacional Inclusão Social e Emprego POISE do Portugal 2020 (3.ª
edição).