Obras no Porto das Pipas arrancam até ao final do primeiro semestre de 2020
10 de fev. de 2020, 14:13
— Lusa/AO Online
“O contrato é agora enviado para visto do
Tribunal de Contas, o que demorará, imagino que não mais do que um mês.
Não se anteveem problemas”, afirmou hoje a secretária regional dos
Transportes e Obras Públicas dos Açores, Ana Cunha, em declarações aos
jornalistas, em Angra do Heroísmo. A
governante falava à margem da assinatura do contrato da empreitada de
construção da rampa para navios ‘ro-ro’ e 'ferry' e das obras
complementares para melhoramento da operacionalidade e do abrigo no
Porto das Pipas.A empreitada, adjudicada
ao consórcio Sacyr-Somague, S.A./Sacur-Neopul, S.A, por cerca de 14
milhões de euros, tem um prazo de execução de 24 meses. A
intervenção contempla o aumento do cais e o prolongamento do manto de
proteção ao muro de cortina existente, permitindo a operação de navios
de cruzeiros temáticos, e a construção de uma rampa ro-ro, para que os
‘ferries’ que efetuam as ligações entre Angra do Heroísmo e a Calheta
(São Jorge) possam desembarcar viaturas.“As
principais valências de melhorias com esta obra prendem-se não só com
as condições de abrigo, como com a melhoria da operacionalidade, com a
concretização da última das rampas 'ro-ro' previstas construir, com a
potenciação do transporte marítimos de passageiros e viaturas e também
com a dinamização do porto para acolhimento de um determinado segmento
de mercado de cruzeiros ditos temáticos ou de expedição”, frisou a
secretária regional dos Transportes e Obras Públicas.Em
2008, o executivo açoriano, então liderado por Carlos César (PS),
prometeu a construção de um cais de cruzeiros em Angra do Heroísmo, que
chegou a estar orçado em cerca de 60 milhões de euros.Em
fevereiro de 2014, o então secretário regional do Turismo e
Transportes, Vítor Fraga (PS), anunciou que o Governo Regional tinha
desistido de construir um cais de cruzeiros em Angra do Heroísmo,
substituindo-o pela construção de uma rampa ‘ro-ro'.Questionada
sobre os motivos do atraso na concretização da obra, Ana Cunha, que
substituiu Vítor Fraga em 2017, admitiu que existiram “desafios
técnicos” e salientou que estes processos são demorados.“Anunciado
o objetivo, as pessoas têm a expectativa de que ele se realize no mais
curto espaço de tempo. Há, no entanto, sempre um procedimento que tem de
ser seguido e que nem sempre é percetível por parte das pessoas, em
geral, e que fazem com que não seja tão imediato”, apontou.As
obras decorrerão durante dois anos, mas o executivo açoriano prevê que a
operação da Atlânticoline, que liga Angra do Heroísmo à Calheta nos
meses de verão, não seja afetada.“Terá de ser articulada com o empreiteiro, mas o objetivo é manter a operação “, adiantou a secretária regional.O
presidente do município de Angra do Heroísmo, Álamo Meneses (PS), disse
estar “absolutamente satisfeito” com o projeto final da obra.“Creio
que neste momento o Governo Regional está de parabéns pelo percurso
feito. Foi um percurso com dificuldades técnicas, com um conjunto de
questões que foram sendo levantadas, mas, num exercício de diálogo e de
concertação entre todos os interesses envolvidos, creio que chegámos a
uma excelente solução”, frisou.Segundo
Álamo Meneses, a requalificação do Porto das Pipas vai permitir melhorar
as acessibilidades a Angra do Heroísmo e virar novamente a cidade para o
mar. “Angra sempre foi uma cidade que
viveu do mar, aliás toda a sua história está ligada a esta função de
porto e o facto de termos estado aqui umas décadas desviados do centro
dessa atividade não nos trouxe obviamente grandes vantagens, antes pelo
contrário. É uma forma de irmos recuperando um espaço que precisamos de
ter”, apontou.