Obras no aeroporto de Lisboa podem avançar no final de 2023
9 de dez. de 2022, 17:32
— Lusa/AO Online
Thierry
Ligonnière avançou estas informações durante o 47.º Congresso Nacional
da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que
decorre em Ponta Delgada, São Miguel, nos Açores. "O
projeto desta primeira fase da expansão do aeroporto de Lisboa – que
não é uma expansão de capacidade, porque isso implica licenciamento
ambiental – [...] coloca em cima de mesa a exequibilidade do aumento de
capacidade no aeroporto de Lisboa", disse o responsável."É
um projeto de 200 a 300 milhões de euros que conta com a criação de uma
nova placa de estacionamento com possibilidade de colocar os aviões em
contacto com a infraestrutura [...], permite também expandir o Terminal 1
para Sul com mais de dez portas de embarque para termos assim o
embarque e o desembarque através das pontes telescópicas", afirmou."Isto é um salto importante no aeroporto de Lisboa", sublinhou o CEO.À
margem do congresso, o CEO explicou ainda à Lusa que, no fundo, estas
obras trarão “um bocadinho mais desempenho operacional e, eventualmente,
mais capacidade de tráfego no aeroporto só pela questão da eficiência,
não pela capacidade declarada”. Sobre as
obras, diz que já estão feitas a nível de projeto de execução,
seguindo-se agora um processo administrativo, nomeadamente
"licenciamento ambiental - não necessariamente neste caso uma declaração
de impacto ambiental -", mas haverá, segundo o mesmo, uma consulta aos
utilizadores, autorizações do regulador, a ANAC, uma avaliação do
concedente também.Posto isto, "se as
coisas corressem assim como estamos a imaginar - sendo que é preciso ter
o contributo voluntário de todas as entidades envolvidas neste processo
-, mas se todos fizessem o seu trabalho rapidamente, potencialmente
podíamos arrancar com as obras no fim de 2023", afirmou.O
CEO da empresa gestora dos aeroportos nacionais disse ainda que os
cadernos de encargos do projeto estão prontos, falta o concurso das
obras.Ainda à Lusa, Thierry Ligonnière explicou como poderão acontecer esses ganhos de eficiência. “Tendo
posições de contacto reduz-se o recurso a autocarros e o estacionamento
dos aviões em posição remota. Isto vai melhorar a qualidade de serviço e
também melhorar o desempenho ambiental do aeroporto em termos gerais”,
disse.Ainda assim, questionado se as obras
se traduzirão, então, num maior número de movimentos das aeronaves por
hora, Thierry Ligonnière disse que vão “trazer regularidade". "O
aeroporto de Lisboa na sua capacidade atual tem dificuldades às vezes
porque há irregularidades, há atrasos, há cancelamentos”, exemplificou,
acrescentando que “para o aeroporto funcionar bem - para criar
capacidade quando não há capacidade, de o fazer a nível da
infraestrutura em si - tem de ser através do desempenho operacional”,
acrescentou.A 29 de setembro, o ministro
das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, afirmou que o
aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, precisa de obras "já" para
aumentar a sua fluidez, tendo em conta que o novo aeroporto "vai
demorar".No final do Conselho de
Ministros, o governante admitiu que "o novo aeroporto vai demorar", mas
que há "urgência já hoje" e que "as obras na Portela [Humberto Delgado],
não permitindo aumentar a capacidade do aeroporto, vão permitir pelo
menos aumentar a fluidez do funcionamento da operação aeroportuária",
indicou.Esta iniciativa "implica
investimento e implica alterar as bases da concessão" com a ANA, detida
pelo grupo Vinci, referiu, indicando que é nesse quadro que é possível
"chegar a um valor" para este investimento, chegando a um "entendimento"
com a concessionária. Segundo o ministro,
nesta negociação com a ANA para já só estão em causa das obras no
aeroporto Humberto Delgado, visto que ainda não está definida a
localização da nova infraestrutura.Na
abertura do congresso, o presidente da APAVT defendeu que, não se
esperando que uma solução para a nova estrutura aeroportuária seja
implementada nos próximos anos, era necessário avançar já com as obras
no aeroporto de Lisboa para melhorar eficiência.