Obra no Porto de Santa Iria continua sem solução à vista
5 de ago. de 2024, 09:26
— Nuno Martins Neves
É um dos locais mais idílicos da ilha de São Miguel, visitado por
turistas e locais, que não fazem caso do facto do porto de Santa Iria
estar interdito e fechado ao trânsito. O local, situado na freguesia da
Ribeirinha, concelho da Ribeira Grande, carece de obras, mas o concurso
público para a empreitada de reabilitação e proteção marítima, lançado
em julho de 2023 pelo Governo Regional dos Açores, foi anulado em março
deste ano, depois do único concorrente ter sido excluído, por não
cumprir com o previsto no caderno de encargos.Para o presidente da Junta de Freguesia, foi como se tivessem despejado um balde de água fria.“Muito
sinceramente, como presidente de junta é muito frustrante, tenho toda a
população indignada”, explica Marco Furtado ao Açoriano Oriental.O
autarca lembra que esta é uma batalha que a freguesia trava há quase 20
anos: em 2005, revela Marco Furtado, foi apresentado um projeto à Câmara
Municipal daRibeira Grande, “mas foi considerado impensável fazer uma
obra no valor de 200 mil euros. Ora, o concurso público que foi lançado
no ano passado ascende aos 4,8 milhões de euros”.Apesar da promessa
da secretária regional do Turismo Mobilidade e Infraestruturas (ver peça
em baixo) para o lançamento de um novo concurso, o presidente de junta
expressa preocupação com a demora.“O que nos deixa preocupados é o
tempo, ainda não temos data oficial para o lançamento do novo concurso
público. Sendo uma obra de valor elevado, a rondar os 4 milhões de
euros, duvidamos que ainda seja iniciada este ano”, diz.A segurança
do local também é motivo de apreensão, pois “apesar do porto estar
interdito e fechado ao trânsito, continuam a ir dezenas de locais e
turistas a frequentar aquele espaço. Ficamos com essa preocupação se
acontecer algo”.Marco Furtado diz que aquele é um ponto de interesse
turístico e que deve haver o cuidado de o colocar nas melhores
condições, até porque “nem todas as freguesias têm lagoas ou termas, mas
todas as freguesias têm algo peculiar e que as distingue”.Por
último, o presidente confessa que só acredita na obra “no dia em que o
auto de consignação for assinado e as máquinas estiverem no local”.