Autor: Lusa/AO
Barack Obama converteu-se terça-feira no primeiro presidente negro dos Estados Unidos, obtendo 52 por cento do voto popular, contra 46 por cento para o seu adversário republicano John McCain.
"Ele é obviamente ao mesmo tempo presidente da América e presidente do mundo: presidente da América porque os Estados Unidos votaram nele e presidente do mundo porque o mundo acha que votou nele. Nós gostamos muito da ideia de ele ser nosso presidente mas não é, advertiu com alguma malícia Marcelo Rebelo de Sousa, provocando o riso.
O comentador político do PSD intervinha em Lisboa num debate com a presença de algumas dezenas de convidados sobre o "Day After" (Dia Seguinte) das eleições norte-americanas.
No debate, realizado pela Câmara de Comércio Luso-Americana na discoteca Skones, participou também João Talone em representação do Harvard Club de Portugal e do American Club of Lisbon que fez uma intervenção centrada na análise económica e financeira do "Day After".
Na opinião de Marcelo, a vitória de Obama "une mais" os Estados Unidos do que uma vitória de candidato republicano John McCain mas o o mundo gostou foi "do triunfo do sonho" norte-americano.
O Professor lembrou que a campanha presidencial norte-americana que levou Obama à Casa Branca é a primeira do século XXI que utilizou as novas tecnologias da comunicação.
"Esta é uma nova realidade que faz passar a imprensa para terceiro plano e a televisão para quase segundo", disse.
Sem querer parecer "presunçoso", Marcelo Rebelo de Sousa não se surpreendeu com os resultados destas eleições: "As sondagens acertaram quase todas, quer as estaduais quer as nacionais", assinalou.
Considera a coligação democrata agora formada - formada há quatro anos, corrige-se - "vaga e difusa" e adverte que "pode não ser duradoura", por ser uma reacção contra o poder instituído, contra os excessos da administração Bush em matérias sociais, da economia e do Estado.
Segundo ele, contribuíram para esta coligação, baseada no alargamento do eleitorado e nalgumas modificações da periferia do eleitorado, os mais jovens, que foram mobilizados, o peso das minorias (que passou de 15 para 25 por cento), e das mulheres não enquadradas familiarmente que foram muito favoráveis a Obama.
"Tudo isto é fruto da transformação da sociedade norte-americana", vincou.
"No dia em que deu para ganhar a Hillary Clinton percebeu-se que Obama podia ganhar mesmo ao mais forte candidato republicano", disse o comentador político do PSD na RTP 1, recordando que a coligação que estava por detrás "da Clinton" era "poderosíssima", com implantação nas camadas populares e em camadas "transversais" a toda sociedade norte-americana.
Marcelo debruça-se sobre a personalidade do próprio Obama com algum deleite: "Racionalidade gélida muito invulgar" na política contemporânea que essa sim é feita de emoção e de algum descontrolo.
Segundo Marcelo, Obama nunca foi emotivo para além daquilo que a razão lhe impunha. Por isso, contrapôs ao intelectual racional que é o novo presidente norte-americano "os irracionais e pouco intelectuais" que proliferam nas democracias contemporâneas.
Aponta como principais prioridades da próxima administração de Obama a economia, energia, saúde e politica externa.
Se Iraque e Palestina devem ser prioridades da política externa de Obama, Marcelo pensa que ele precisa urgentemente de negociar no Afeganistão, onde a "situação é dramática" e põe em causa o prestígio da NATO.
Marcelo aconselha ainda Obama a olhar mais para os problemas da América Latina, favorecendo as correntes moderadas.
"Isso tem de ser feito, utilizando o peso de Lula", para evitar uma multiplicação de Chavez", concluiu.
"Ele é obviamente ao mesmo tempo presidente da América e presidente do mundo: presidente da América porque os Estados Unidos votaram nele e presidente do mundo porque o mundo acha que votou nele. Nós gostamos muito da ideia de ele ser nosso presidente mas não é, advertiu com alguma malícia Marcelo Rebelo de Sousa, provocando o riso.
O comentador político do PSD intervinha em Lisboa num debate com a presença de algumas dezenas de convidados sobre o "Day After" (Dia Seguinte) das eleições norte-americanas.
No debate, realizado pela Câmara de Comércio Luso-Americana na discoteca Skones, participou também João Talone em representação do Harvard Club de Portugal e do American Club of Lisbon que fez uma intervenção centrada na análise económica e financeira do "Day After".
Na opinião de Marcelo, a vitória de Obama "une mais" os Estados Unidos do que uma vitória de candidato republicano John McCain mas o o mundo gostou foi "do triunfo do sonho" norte-americano.
O Professor lembrou que a campanha presidencial norte-americana que levou Obama à Casa Branca é a primeira do século XXI que utilizou as novas tecnologias da comunicação.
"Esta é uma nova realidade que faz passar a imprensa para terceiro plano e a televisão para quase segundo", disse.
Sem querer parecer "presunçoso", Marcelo Rebelo de Sousa não se surpreendeu com os resultados destas eleições: "As sondagens acertaram quase todas, quer as estaduais quer as nacionais", assinalou.
Considera a coligação democrata agora formada - formada há quatro anos, corrige-se - "vaga e difusa" e adverte que "pode não ser duradoura", por ser uma reacção contra o poder instituído, contra os excessos da administração Bush em matérias sociais, da economia e do Estado.
Segundo ele, contribuíram para esta coligação, baseada no alargamento do eleitorado e nalgumas modificações da periferia do eleitorado, os mais jovens, que foram mobilizados, o peso das minorias (que passou de 15 para 25 por cento), e das mulheres não enquadradas familiarmente que foram muito favoráveis a Obama.
"Tudo isto é fruto da transformação da sociedade norte-americana", vincou.
"No dia em que deu para ganhar a Hillary Clinton percebeu-se que Obama podia ganhar mesmo ao mais forte candidato republicano", disse o comentador político do PSD na RTP 1, recordando que a coligação que estava por detrás "da Clinton" era "poderosíssima", com implantação nas camadas populares e em camadas "transversais" a toda sociedade norte-americana.
Marcelo debruça-se sobre a personalidade do próprio Obama com algum deleite: "Racionalidade gélida muito invulgar" na política contemporânea que essa sim é feita de emoção e de algum descontrolo.
Segundo Marcelo, Obama nunca foi emotivo para além daquilo que a razão lhe impunha. Por isso, contrapôs ao intelectual racional que é o novo presidente norte-americano "os irracionais e pouco intelectuais" que proliferam nas democracias contemporâneas.
Aponta como principais prioridades da próxima administração de Obama a economia, energia, saúde e politica externa.
Se Iraque e Palestina devem ser prioridades da política externa de Obama, Marcelo pensa que ele precisa urgentemente de negociar no Afeganistão, onde a "situação é dramática" e põe em causa o prestígio da NATO.
Marcelo aconselha ainda Obama a olhar mais para os problemas da América Latina, favorecendo as correntes moderadas.
"Isso tem de ser feito, utilizando o peso de Lula", para evitar uma multiplicação de Chavez", concluiu.