Obama não travou escutas a Merkel e pediu mais informações

27 de out. de 2013, 11:32 — Lusa/AO online

O jornal, que cita fontes dos serviços secretos dos Estados Unidos, explica que foi o diretor da Agência Nacional de Segurança (NSA), Keith Alexander, que informou Barack Obama pessoalmente. As fontes citadas pelo Bild contradizem a mensagem transmitida, quarta-feira, pelo presidente norte-americano à chanceler alemã - depois de terem sido reveladas as escutas ao telemóvel de Angela Merkel- de que não tinha conhecimento da espionagem e que, se tivesse sabido, a teria impedido. A Alemanha anunciou que enviará nos próximos dias uma delegação "de alto nível" aos Estados Unidos para receber informações da Casa Branca e dos serviços de informação sobre este assunto. "Espiar é um delito e os responsáveis devem responder por isso", sublinhou, numa entrevista ao mesmo jornal, o ministro alemão do Interior, Hans-Peter Friedrich. Hans-Peter Friedrich este verão em Washington para encontros com a administração Obama depois de terem sido publicadas informações sobre alegada espionagem a cidadãos alemães, governos e instituições da União Europeia. "Se os norte-americanos escutaram telefones na Alemanha, infringiram a lei alemã em território alemão, o que supõe violar a nossa soberania. É inaceitável", disse Friedrich. Segundo o Bild, a NSA não só escutou o telemóvel do partido que Angela Merkel usou até julho, como terá espiado o telefone aparentemente seguro que esta começou a usar no verão. A informação recolhida na embaixada norte-americana em Belim - onde trabalham 18 agentes da NSA - seria enviada diretamente para a Casa Branca, sem passar, como é habitual, pela central da agência em Fort Meade, Maryland. O semanário alemão Der Spiegel notícia também hoje que o telemóvel de Angela Merkel aparece na lista de objetivos da NSA desde 2002, três anos antes de ganhar as eleições. Nesse ano terá começado também a espionagem ao então chanceler, Gerhard Schroeder, segundo informações do Bild. O programa foi iniciado no mandato do presidente George W. Bush, quando Schroeder recusou enviar tropas alemãs para o Iraque.