O segundo álbum dos açorianos We Sea, “Cisma”, é “mais maduro e imediato”
13 de set. de 2021, 09:09
— Lusa/AO Online
Clemente
Almeida, que assume o baixo, mas também se atira ao piano e aos
sintetizadores, e Rui Rofino, letrista e vocalista, são o núcleo duro
dos We Sea e agora fincam o rumo com Rómulo San-Bento, na guitarra, e
Pedro Rodrigues, na bateria, com quem já tinham formado a banda Broad
Beans.Com
esta nova formação, conseguiram criar um álbum mais “maduro”, mas também
“mais pop, mais imediato”, explica à Lusa Clemente Almeida.“Cisma”
é o tema que dá título ao álbum, e “tem imensas influências dos
cantautores açorianos”, como os Rimanço, cujo tema “Vapor da Madrugada”
inspirou o disco.A
partir de uma versão desacelerada dessa canção, “formou-se um apego
obsessivo pelo ‘glitch’ melancólico, uma autêntica cisma, que deu origem
a todo uma nova estética musical”, lê-se na nota de apresentação do
disco.Mas foi com o ‘single’ “Seja Como For” que a banda deixou antever o lançamento do novo álbum, que acontece na segunda-feira.Este
tema “é mais dançável, com uma linha de baixo mais marcante, mas também
era interessante, como primeira música, para desvirtuar um bocado o
trabalho inicial do ‘Basbaque’ [o primeiro álbum dos We Sea], que era
uma coisa mais intelectualizada, mais lírica”, adianta Clemente Almeida.A
canção acaba por refletir também a altura escolhida para a estreia do
novo disco, que está pronto desde maio e aguardava uma altura oportuna
para ser divulgado.“No
verão ninguém lança, é ‘silly season’, mas a verdade é que 2020 e 2021
foram dois anos ‘silly season’. (…) Decidimos lançar este single de fim
de verão – é dançável, mas tem aquele peso”, considera.Acaba por ser “tipo um anoitecer de verão: uma boa disposição, mas melancólica”.Se
o single quer ser a banda sonora para o fim de verão, o álbum assume-se
como “música para piscinas interiores, música para descer escadas
rolantes e para a fila do Euromotas”, e é também “música para ouvir no
autocarro naquele início de setembro e música para aquela transição
entre programas do 'fim-da-tarde' na nossa emissora”, explica a nota.Essa
sonoridade é conseguida, concretiza Clemente, dando primazia a quatro
instrumentos – guitarra, baixo, bateria e vozes, “depois os
sintetizadores são outra camada secundária”.O
caminho de simplificação veio depois da produção de “Basbaque”, “uma
coisa muito ‘lo-fi’”, em que as falhas eram “compensadas com
sintetizadores”.“Acho
que, nesse sentido, [o novo álbum] foi muito mais maduro, está mais
pensado e não tanto a tentar arranjar retalhos de sintetizadores para
compensar um problema de produção”, diz Clemente Almeida à Lusa.A
banda também deu o salto em termos de produção, tendo gravado o álbum
no estúdio Golden Pony, com a produção de Eduardo Vinhas.“De certa forma, estamos com esperança de que este é que seja o nosso álbum de apresentação a nível nacional”, refere o músico.Por agora, têm já um concerto agendado para dia 17 de setembro, no Festival MIL, em Lisboa.O disco tem o selo da editora açoriana Marca Pistola e conta com o apoio da Fundação GDA.Estará
disponível, a partir de segunda-feira, em formato digital, e,
brevemente, em formato de cassete, em edições limitadas, com
'merchandising' associado, e também em vinil.