Autor: Susete Rodrigues/AO Online
Nestas últimas três semanas Ponta Delgada está ‘deserta’.
É esse o termo que se ouve por parte das poucas pessoas que circulam na
cidade e que necessitam mesmo sair de casa para trabalhar (porque o
teletrabalho não é adequado às suas funções), para irem à farmácia ou ao
supermercado.
De resto é ver ruas desertas, comércio tradicional encerrado, cafés e restaurantes, tudo fechado. No entanto, há que ver o lado positivo dessa situação como refere Humberto Melo, presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada: “os munícipes de Ponta Delgada têm correspondido aos apelos das autoridades, respeitando o isolamento. Claro que isso acarreta, a cada um de nós, algum sacrifício mas tenho de enaltecer a postura global da população de Ponta Delgada”.
O desafio
que se coloca, de acordo com o autarca, é o ‘dia de amanhã’. “Penso que
este é o grande desafio de cada um de nós e de todos em sociedade. São
precisas medidas excecionais para minimizar os impactos económicos, mas
mesmo com medidas, o sacrifício vai ser duro, vai existir muita gente a
sofrer e com muita dificuldade”, afirma o presidente da Câmara de Ponta
Delgada.
De modo a fazer face a algumas dificuldades que as famílias
poderão vir a ter e os empresários, a autarquia de Ponta Delgada lançou
algumas medidas, “com vista a manter a ‘respiração’ das nossas empresas
e dos nossos agentes económicos”, entre elas a isenção do pagamento da
componente fixa da água, saneamento e resíduos sólidos; a isenção do
pagamento de rendas das concessões municipais e das taxas de ocupação do
espaço público (esplanadas, publicidade, feiras, mercados) e a
suspensão do pagamento das rendas até junho aos residentes das 209
habitações sociais do município.
Por outro lado e no que diz
respeito à saúde pública, Humberto Melo ressalva o “trabalho na recolha
de resíduos que é um trabalho árduo. Os nossos trabalhadores têm
mantido, com a devida precaução, esta tarefa que é essencial para a
saúde pública e para o bem-estar da nossa população e, também, a limpeza
urbana dos espaços públicos”.
Sobre o cancelamento das festas previstas para os próximos meses, o autarca sublinha que “nessa altura prevalece a saúde de cada um nós e há um tempo para tudo. Vamos fazer ajustes de outros eventos, como as Noites de Verão e a festa branca e outros de iniciativa privada que devem merecer a nossa reflexão”.