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O Dia da Mãe é “oportunidade para agradecer”

Helena Cardoso Dias vê esta data como uma oportunidade para agradecer pela missão que escolheu e refletir sobre o privilégio de ser mãe, embora atribua maior significado ao dia 8 de dezembro.


Autor: Carlota Pimentel

Hoje assinala-se o Dia da Mãe. Uma efeméride que para Helena Cardoso Dias, mãe de quatro filhos, é mais uma oportunidade para parar um pouco e agradecer esta missão que escolheu ter na vida.

Professora de Geografia na Escola Secundária Domingos Rebelo, esta mãe de quatro filhos com idades próximas - 20, 18, 16 e 14 anos -, todos nascidos em setembro, revela que escolheu esta profissão precisamente pela “maior flexibilidade de horário”, que a “permitiria acompanhar melhor os filhos”.

Porém, gerir uma casa cheia implica organização. “Todos os anos, há que fazer e reorganizar os horários, reorganizar as rotinas e isso é sempre feito em casal, em família, para que tudo se consiga conjugar”, explica.

Para esta mãe de uma família numerosa, a proximidade de idades entre os filhos é uma vantagem, na medida em que “as atividades extracurriculares são comuns à maior parte deles e quando se vai levar um, leva-se todos”, exemplifica.

Segundo Helena Cardoso Dias, a palavra-chave é mesmo planeamento - algo que faz parte da sua formação académica -, e “implica sempre reavaliar e reorganizar”, pelo que a rotina é revista diariamente.

“No caminho para a escola, todos os dias de manhã, se revê como vai ser o dia, as horas e as combinações, para que não falhe”, indica. Além disso, faz parte da rotina fazer a oração da manhã, no carro, “porque é a única altura em que estamos todos acordados juntos e para começar bem o dia”.

Ao final do dia, há ainda a preparação para o dia seguinte, desde almoços a equipamentos. “Com as fardas dos escuteiros, pode faltar um lenço ou uma camisa e é preciso pensar nisso com antecedência”, elucida.

“Com as comidas, é preciso pensar a semana toda”, acrescenta. O mesmo planeamento aplicava-se à roupa, quando os filhos eram pequenos. “Preparava a roupa de todos para a semana inteira”, recorda.

Quanto ao Dia da Mãe, Helena Cardoso Dias explica que, na sua família, é o dia 8 de dezembro que assume maior relevância, pelo significado religioso da data. “O dia da mãe, o dia do pai e o dia dos irmãos são todos os dias”, realça.

Ainda assim, reconhece o valor simbólico da efeméride assinalada hoje. “No final das contas, é sempre uma atitude de gratidão por esta missão que escolhi ter, com todo o gosto mesmo”, partilha.

Na forma como vive a maternidade, o papel da sua mãe foi determinante. “A minha mãe foi muito importante no meu crescimento e acompanhou-me sempre. Foi sempre uma mulher muito ciente do seu papel e da sua missão de mãe”, salienta, avançando que “durante muito tempo”, depois da separação dos pais, foi com a mãe e com a irmã que cresceu.

“Por isso, às vezes, uma pessoa está cansada e pensa, se a mãe fazia, quem sou eu para estar com cansaço”, afirma, referindo-se ao exemplo de força transmitido pela sua mãe.

A avó materna foi também presença marcante. “Os meus avós sempre considerei como meus pais, como aquela presença masculina e feminina, dos valores, do carinho, do colinho e tudo mais”, refere, sublinhando que os avós foram fundamentais na sua estrutura. “Os avós são sagrados”, vinca.

“Nunca deixo de ter um carinho para com a minha mãe. As avós são mães duas vezes e, se Deus quiser, hei de lá chegar”, refere.

É também na fé que Helena Cardoso Dias encontra inspiração para o papel de mãe. “Maria guardava tudo no coração e essa expressão, para mim, diz-me imenso”.

É com esse espírito que procura acolher os momentos do dia a dia, mesmo os mais pequenos: “Eu e o meu marido pensamos tantas vezes nessa experiência de guardar no coração as coisas que vão acontecendo, desde as mais pequenas às maiores, porque são preciosas”.

No dia a dia, há valores que procura sempre transmitir aos filhos. Em primeiro lugar, “a verdade, sempre, por mais feia que seja” e também a responsabilidade. “Se assumimos um compromisso para com alguém, com alguma atividade, mesmo que não apeteça muito, é assumir”, afirma.

O amor, diz, é o que sustenta tudo. “O amor transmite-se de muitas maneiras. Dos gestos mais simples aos mais complexos. É a água que nos rega”, considera.

“Sinto-me privilegiada por ser imensamente amada por Deus, pela minha família, pelos meus filhos e por ter a oportunidade de transmitir esse amor também”, conclui.