Nuno Melo considera agricultura exemplo de "ciclo falhado" que justificaria dissolução do parlamento
5 de jun. de 2023, 13:25
— LUSA/AO online
Nuno Melo participou hoje na sessão “Os
desafios para Jovens Agricultores no novo PEPAC [Plano Estratégico da
Política Agrícola Comum]”, na 10.ª Conferência Nacional de Jovens
Agricultores, realizada no âmbito da Feira Nacional da Agricultura
(FNA), que decorre até domingo no Centro Nacional de Exposições e
Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém.“A
agricultura, no que tem a ver com o Governo, é um dos primeiros sinais
de um ciclo falhado que justificaria, mais que uma remodelação, em
muitos casos, até a própria dissolução do parlamento, porque os governos
existem para resolver os problemas do setor no que tem a ver com as
áreas que tutela”, declarou.O líder
centrista, que se fez acompanhar por outros dirigentes do partido, como
Luís Queiró e Paulo Núncio, considerou “inconcebível” a ausência da
ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, no certame, a exemplo do
que já tinha acontecido na Ovibeja.Para
Nuno Melo, o facto de não ter sido convidada pela Confederação dos
Agricultores de Portugal (CAP) é “a manifestação absoluta da
incompetência de um ministério que não dá resposta ao setor”, porque
qualquer confederação de agricultores “deseja que a tutela esteja
presente”.“Quando a tutela não está porque
a ministra não é considerada bem-vinda, significa que é totalmente
incapaz de dar resposta ao mínimo que se lhe exige a favor daquilo que é
estratégico para a economia em Portugal”, afirmou.Nuno
Melo apontou a ausência de regulamentação que permita que os
agricultores se candidatem a projetos, realçando que “os agricultores
têm de saber as regras do jogo”, e a situação das Direções Regionais de
Agricultura.“Neste momento há faixas
negras que dizem 'a Direção Regional de Agricultura do Norte' morreu,
por exemplo, e não é normal”, disse.Nuno Melo acusou Maria do Céu Antunes de estar “de costas voltadas para o setor”, uma situação, no seu entender, “impensável”.Como
razões justificativas para não ser convidada pela CAP, referiu
declarações da ministra como a de que esta confederação “não aconselhou
ao voto no PS” ou ”’lembrem-se que quem passa o cheque sou eu’, como se o
dinheiro para a agricultura, tão fundamental para os agricultores,
fosse dinheiro do PS ou do Governo e não do Estado”.O
líder centrista colocou em contraponto o seu partido, que, disse,
quando teve a tutela do setor no Governo PSD-CDS “fez diferença”,
exemplificando com a “antecipação em 10 anos” do projeto do Alqueva,
“considerado um dos milagres da agricultura” por ter permitido
transformar áreas de sequeiro em regadio.Referiu,
ainda, as iniciativas que tem tomado como eurodeputado em Bruxelas,
como o “maior congresso de jovens agricultores”, que realiza a sua 9.ª
edição em dezembro próximo, no Parlamento Europeu, e o evento de
promoção da agricultura portuguesa que mostra “O Melhor de Portugal” na
capital belga.A 59.ª edição da Feira
Nacional da Agricultura / 69.ª Feira do Ribatejo foi inaugurada sábado
pelo Presidente da República e decorre até domingo, tendo a CAP,
maioritária no CNEMA, anunciado a ausência de convites a membros do
Governo, em protesto contra as políticas em curso para o setor.