Nuno Melo alerta que portugueses não querem eleições e pede responsabilidade
OE2025
27 de set. de 2024, 11:41
— Lusa/AO Online
Em
declarações aos jornalistas após ter assinalado o Dia da Polícia
Judiciária Militar, numa cerimónia na Academia Militar, em Lisboa, Nuno
Melo foi questionado sobre a expectativa que tem para a reunião entre o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o secretário-geral do PS,
Pedro Nuno Santos, sobre o Orçamento do Estado para 2025.“A
expectativa que tenho é aquela que tenho verbalizado há algumas
semanas: os portugueses não desejam seguramente eleições - nós tivemos
um cinclo contínuo de eleições, separadas por muito pouco tempo - (…) e o
que é suposto, em partidos políticos que são certamente responsáveis, é
que se garanta a aprovação do Orçamento do Estado”, respondeu o
governante.Nuno Melo salientou que a
aprovação do Orçamento do Estado “é fundamental para que reformas que
são concretizadas e promovidas pelo Governo - mas até, aqui ou ali,
pelas oposições - possam ser consequentes”.“Portanto,
o que eu desejo é que o Orçamento do Estado seja aprovado. A vontade do
Governo é total, no sentido das informações que presta e das
negociações que faz, do mesmo modo que as oposições têm toda a
possibilidade e disponibilidade para apresentarem as suas propostas”,
disse.Questionado sobre que impacto é que
teria para a imagem internacional do país um eventual chumbo do
Orçamento do Estado, Nuno Melo respondeu: “Se o Orçamento do Estado não
for aprovados, há fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR),
que podem não ser repetíveis, que não serão executados”.“Isso
é trágico para Portugal. Se o Orçamento do Estado não for aprovado, há
decisões que foram tomadas - em relação aos militares, mas não só - que
não poderão ser concretizadas”, salientou, dando o exemplo do aumento do
suplemento da condição militar, mas também dos auxílios em caso de
incapacidade ou morte ou medidas em termos de serviço aéreo, deteção de
explosivos ou operação em câmaras hiperbáricas.“Tudo
isso depende da aprovação do Orçamento do Estado e será prejudicado se o
Orçamento do Estado não for aprovado, sendo que o Orçamento, por seu
lado, também prevê uma diminuição da dívida e um crescimento da
receita”, referiu.Nuno Melo defendeu assim
que “é uma questão de sentido de responsabilidade básico assegurar, com
boa-fé e sem decisões preconcebidas, que o Orçamento do Estado pode ser
aprovado”.“Hoje acontece uma reunião importante, espero que daí possa resultar qualquer coisa”, disse.Esta
tarde, pelas 15:00, decorre na residência oficial do primeiro-ministro a
reunião entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos sobre o Orçamento do
Estado para 2025 (OE2025).Depois de mais
de seis meses de trocas de argumentos e de tensões entre o Governo
PSD/CDS-PP e o maior partido da oposição, com rondas negociais sem estes
dois protagonistas, Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos sentam-se hoje à
mesa de negociações, uma reunião anunciada publicamente no domingo.