Nuno Melo alerta que mudança de ministro não resolve problemas do SNS
Demissão Marta Temido
30 de ago. de 2022, 12:43
— Lusa/AO Online
“A morte de uma grávida, sendo um caso grave
que naturalmente tem de ser apurado, é um aspeto de um conjunto de
circunstâncias que justificavam há muito a mudança de ministra, mas
principalmente a mudança de políticas no Serviço Nacional de Saúde”,
afirmou Nuno Melo.Em declarações à agência
Lusa a propósito da demissão da ministra da Saúde, Marta Temido,
noticiada hoje de madrugada, o líder centrista defendeu, no entanto, que
“a mudança de rosto não resolve um único problema estrutural do SNS”.“O
que temos agora que ver, uma vez decidido o novo ministro ou ministra, é
quais as alterações de postura, as decisões, as medidas propostas por
este Governo em relação à saúde que melhorem aquilo que atualmente
temos, que é um SNS em estado de pré-falência, numa situação que se
agravou profundamente desde 2015 por incompetência que é própria”,
considerou.Na ótica do CDS, “os problemas
do SNS não se resolvem com ideologia”, mas com “investimento em gestão,
em meios técnicos e humanos, com a valorização do mérito e do esforço
dos profissionais de saúde e, obviamente, com uma complementaridade
entre o SNS mas também os setores social e privado porque essa
complementaridade é boa para todos os doentes e dá resposta a muitos
problemas que hoje têm má solução”.“Mais
do que mudança de ministro, vamos esperar aquilo que este Governo terá
para apresentar em termos de política de saúde para Portugal”, afirmou o
presidente do CDS-PP e eurodeputado.A
demissão da ministra da Saúde Marta Temido, anunciada hoje de madrugada,
constitui a primeira baixa de ‘peso’ no XXIII Governo Constitucional,
que tomou posse há exatamente cinco meses, em 30 de março. Marta Temido apresentou a demissão por entender que “deixou de ter condições” para exercer o cargo.A
demissão, já aceite pelo primeiro-ministro, foi noticiada de madrugada,
mas hoje de manhã fonte oficial do gabinete de António Costa disse à
Lusa que a substituição da ministra da Saúde "não será rápida",
adiantando que o chefe do Governo gostaria que fosse esta governante a
concluir o processo de definição da nova direção executiva do SNS.Marta
Temido iniciou funções como ministra da Saúde em outubro de 2018,
sucedendo a Adalberto Campos Fernandes, e foi ministra durante os três
últimos três executivos, liderados pelo socialista António Costa.Numa
nota divulgada hoje, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de
Sousa, assumiu que aguarda o pedido de exoneração da ministra da Saúde e
a proposta de nomeação do seu substituto.