Nuno Melo admite recorrer para o Tribunal Constitucional de adiamento do congresso
CDS-PP
2 de nov. de 2021, 13:46
— Lusa/AO Online
Em
declarações à RTP3, o eurodeputado afirmou que apresentou “há dois
dias” ao Conselho Nacional de Jurisdição “uma impugnação de todas as
decisões tomadas nesse Conselho Nacional” que decorreu na noite de
sexta-feira.“E dessa decisão recorrerei, se for caso disso, para o Tribunal Constitucional”, indicou.No
sábado, numa declaração aos jornalistas, Nuno Melo tinha anunciado que
iria pedir a nulidade das deliberações do Conselho Nacional.Nuno
Melo defendeu também que, “se o congresso acontecer a 27 e 28 há muito
até às eleições legislativas”, argumentando que “não só se pacifica o
partido, como se tem muito tempo para preparar listas, muito tempo para
ir para a rua e muito tempo para sair com o partido unido e reforçado
para essa batalha”.E acusou a atual direção de “persistência num artifício” que “é nítido e óbvio”, para “evitar a derrota no congresso”.O
candidato à liderança afirmou que o Conselho Nacional de sexta-feira e
no qual foi decidido o adiamento do congresso que estava marcado para 27
e 28 de novembro foi “ilegal”, uma vez que decorreu depois de o
Conselho Nacional de Jurisdição ter impugnado a reunião.O
também líder da distrital de Braga do CDS-PP acusou a direção de
“cometer legalidades, violar procedimentos e silenciar os adversários”,
indicando que quer lutar pela “decência e pela legalidade”.“A
única solução é marcar o congresso, é honrar a democracia e deixar que
os militantes digam o que é melhor para o partido”, advogou.Questionado
sobre uma possível coligação pré-eleitoral com o PSD, o candidato à
liderança ressalvou que o congresso define a “base programática” para o
partido, e rejeitou uma “negociação numa base de estado de necessidade”.Apesar
de considerar que “se houver um projeto nacional que justifique” uma
coligação “tudo tem de ser ponderado mas nunca em estado de necessidade e
nunca por caridade alheia”, Nuno Melo frisou que não quer “o CDS
dependente de caridade alheia, muito menos da caridade de quem pode ser
um aliado”.E rejeitou também uma coligação
“para esconder debilidades próprias, e escondendo-as não resolvendo o
problema estrutural do CDS”.“O CDS tem de
perceber que deve e pode valer por si se devolver ao país os quadros que
hoje não tem e as ideias nítidas que hoje o eleitorado não conhece”,
defendeu.Questionado se estaria mais
predisposto a negociar essa coligação com Paulo Rangel, caso este seja
eleito presidente do PSD, Nuno Melo afirmou que “tudo depende das
lideranças e tudo depende dos termos”.No
entanto, admitiu que é “impossível que o que está a acontecer não cause
dano”, considerando que o partido atravessa um período de “turbulência e
convulsão”, que já levou à desfiliação de nomes como Adolfo Mesquita
Nunes ou António Pires de Lima.Sobre estas saídas, criticou que “a direção desvalorize”.Em
declarações à TVI24 durante o fim de semana, a ex-presidente do CDS-PP,
Assunção Cristas, defendeu que “é preciso dar espaço aos militantes
para fazerem essa ponderação de quem é a melhor pessoa neste momento
para ir a votos”.E criticou que “não dar
essa possibilidade eu acho que é algo inimaginável e inqualificável,
desqualifica muitíssimo o partido”, apontando que irá fazer “uma
reflexão pessoal sobre isso”.Assunção
Cristas disse ainda ser “um desperdício não se aproveitar esta
oportunidade, PSD e CDS, para fazerem bons congressos, congressos
fortes, de afirmação dos seus programas, afirmação das suas lideranças e
de falar para o país no fundo num período de pré-campanha eleitoral”.“E de facto arrumando as casas e ganhando tranquilidade poderem avançar para eleições com outro fulgor”, acrescentou.