Número de vítimas de bullying apoiadas pela APAV aumenta 181% em três anos
20 de out. de 2023, 16:17
— Lusa
Os dados da Associação
Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) dão conta de que ajudaram 42 pessoas
em 2020, 67 em 2021 e 118 em 2022, o que dá uma evolução de mais 181%
nestes três anos e 227 vítimas ajudadas.O
perfil da vítima traçado pela APAV mostra que a maioria das pessoas que
pede ajuda à associação é do sexo feminino (51,1%), com idade entre os
11 e os 17 anos (55,1%), de nacionalidade portuguesa (81,1%), e reporta
agressões entre colegas da escola (62,6%). Os distritos de origem das
vítimas com maior destaque são Lisboa (29,1%), Porto (16,3%) e Braga
(6,6%).Apesar de mais de 50% das situações
terem ocorrido com jovens entre os 11 e os 17 anos, a APAV chama também
a atenção para 46 situações em que as vítimas tinham entre 6 e 10 anos.Em
relação ao autor ou autores dos atos de bullying, a APAV diz ter tido
conhecimento de 257 pessoas, “a maior parte (30%) do sexo masculino”,
contra 23,3% de agressores que eram raparigas ou mulheres.“A
faixa etária mais representativa dos autores de situações de bullying é
entre 11 e 17 anos (18,3%) ”, diz a associação, que destaca igualmente o
facto de haver 19 agressores com idade até 10 anos.Na
relação entre autor da agressão e vítima, a APAV constatou que em 62,6%
das situações são colegas de escola ou de trabalho, sendo que 148
(57,6%) dos 257 agressores andavam na mesma escola da vítima.Olhando
para o universo de 148 agressores que andam na mesma escola da vítima,
105 (70,9%) eram inclusivamente da mesma turma da pessoa agredida.As
dinâmicas de bullying com maior expressão foram a violência verbal
(37,8%) e a violência física (32,7%), com a violência verbal em destaque
em 2022 e a violência social em 2021.A
quase totalidade das situações (81,7%) aconteceu em meio escolar, no
estabelecimento de ensino, e em 72,6% dos casos a escola foi informada.A
maior parte das vítimas (65,2%) não apresentou queixa e das 44 pessoas
que resolveram denunciar, a maioria (43,2%) fê-lo junto da Guarda
Nacional Republicana (GNR).A APAV salienta
que o “bullying é uma realidade preocupante, para a qual importa
sensibilizar (…), alertando para o seu impacto nas vítimas, seus
familiares e amigos”.“A maioria das
crianças e jovens estabelece relacionamentos positivos com os seus
colegas e amigos. Contudo, podem existir situações em que a violência
tem lugar, provocando mal-estar, desconforto, medo, vergonha e
insegurança na vítima”, diz a APAV, sugerindo que quem for vítima ou
conhecer alguém que seja, contacte a associação através da linha de
apoio gratuita (116 006).