Número de óbitos mensais aumentou 21,9% no primeiro ano de pandemia
28 de mai. de 2021, 11:32
— Lusa/AO Online
Estes indicadores constam
da publicação dos Instituto Nacional de Estatística (INE), “Um ano de
pandemia: uma breve síntese” hoje divulgado, no qual é sublinhado que o
número médio mensal de 11.170 óbitos aumentou 21,9%, que combinado com a
redução de 4,6% dos nascimentos “determinou um agravamento do saldo
natural negativo [indicador calculado a partir da diferença entre nados
vivos e óbitos], que passou de 23.441, no ano pré-pandémico para
51.680”.O número de óbitos
"significativamente superior ao normal" traduziu-se num excesso de 1.925
mortes em média mensal em relação ao período pré-pandémico em
comparação com os cinco anos anteriores, dos quais 1.363 estão
associados ao coronavírus SARS-COV2.Outro
dos indicadores analisados pelo INE foi o emprego, que sofreu uma
contração de 2,1%, registando-se, em contrapartida, um aumento da taxa
de desemprego de 6,7% para 7,2% e da taxa de subutilização do trabalho
de 12,9% para 14,5%, apesar das as medidas a de apoio ao emprego e ao
rendimento como o ‘lay-off’ simplificado.As estatísticas mostram também que no último ano houve uma destruição dos empregos com salários mais baixos.À semelhança do emprego, o Produto Interno Bruto (PIB) do pais sofreu uma contração de 8,4% face ao ano pré-pandémico.Porém,
o défice comercial registou uma redução, que em termos médios
correspondeu a uma melhoria de 602 milhões de euros, devido a uma
diminuição mais acentuada das importações de bens do que das exportações
(-17,4% e -11,2%, respetivamente).A
pandemia de covid-19 também atingiu de forma muito negativa as
atividades turísticas e conexas, destacando-se a contração da procura
dos respetivos serviços pelos turistas, fazendo com que a balança de
bens e serviços tenha apresentado um saldo negativo, apesar da redução
do défice comercial.Também foram
significativos os impactos negativos em serviços de consumo individual e
coletivo e, em menor grau na indústria e na agricultura. “O
decréscimo acentuado da aquisição de automóveis ligeiros de passageiros
indica que a contração do consumo final das famílias terá sido
particularmente acentuada na sua componente de bens duradouros”, analisa
o INE.De março a dezembro de 2020, a
necessidade de financiamento das Administrações Públicas situou-se em
-7,2% do PIB (+0,1% no período homólogo do ano pré-pandémico) e a taxa
de poupança das famílias atingiu 16% do seu rendimento disponível (9,6%
no período homólogo do ano pré-pandémico), reflexo das medidas de
política pública de apoio ao emprego, mas também da forte contração do
consumo devido às restrições à mobilidade e ao acesso a muitos serviços e
bens de consumo.A atividade da construção
mostrou “alguma resiliência”, tendo-se registado nomeadamente um
crescimento em termos médios nas transações de alojamentos novos (+7,3%
em valor), das vendas de cimento em quantidade (8%) e um aumento de 7,8%
dos preços da habitação e das rendas, relativamente ao ano
pré-pandémico.Na área do ambiente, houve
uma redução de 13,7% na emissão de gases de efeito de estufa, o que
representa uma variação de -9,9% no período pré-pandemia.Segundo
a síntese do INE, na comparação de resultados estatísticos sobre o
primeiro ano da pandemia (março de 2020 a fevereiro de 2021) com o
período pré-pandémico (março de 2019 a fevereiro de 2020), a
generalidade dos indicadores evidencia um impacto significativo da
pandemia, na demografia e da atividade económica global.