Número de nascimentos em janeiro e fevereiro foi o mais baixo desde que há registos

14 de mai. de 2021, 11:58 — Lusa/AO Online

Em janeiro nasceram com vida 5.912 crianças (menos 19,3% que em janeiro do ano passado) e em fevereiro 5.651 (menos 11,1% do que no mesmo mês de 2020), os valores mensais mais baixos pelo menos desde 1911.O número de mortes ocorridas nos dois primeiros meses de 2021 foi bastante superior ao período homólogo do ano anterior e, em conjunto com a descida no número de nascimentos, provocou "um forte agravamento do saldo natural", o indicador calculado a partir da diferença entre nascimentos e óbitos.No mês de janeiro morreram 19.634 pessoas, o maior número mensal desde o início da pandemia, 29,5% das quais com covid-19. Esse número representou um aumento de 65% em relação a janeiro de 2020.Em fevereiro, o número de mortes desceu para 12.716 (28,3% com covid-19) em relação ao mês anterior, mas mesmo assim representou um aumento de 28,7% em relação ao mesmo mês de 2020.Pelas contas do INE, o saldo natural de janeiro foi -13.975, o mais negativo dos últimos dois anos, e em fevereiro de -6.802.Portugal foi o segundo país entre trinta países europeus com maior excesso de mortalidade em janeiro (uma comparação entre o valor mensal e a média para esse mês no período entre 2016 e 2019), que atingiu 60,2%, só ficando atrás da Eslováquia, com 73,4%.Em fevereiro, o excesso de mortalidade em Portugal desceu para 24,2%, colocando Portugal na terceira posição da lista."Em março e abril, a mortalidade desceu para valores pré-pandemia", assinala o INE, indicando que em março morreram 9.598 pessoas (508 com covid-19), menos 9,6% que no mesmo mês de 2020.No mês de abril deste ano, o número de mortes verificadas em Portugal desceu ainda mais para 8.386, menos 19,5% do que no mês homólogo de 2020, das quais 117 foram pessoas que estavam doentes com covid-19.Nas estatísticas vitais mensais hoje publicadas, o INE assinala ainda que em janeiro foram celebrados em Portugal 812 casamentos e em fevereiro 174, reduções de 45,2% e de 87,9%, respetivamente, em relação aos mesmos meses de 2020.Pior do que fevereiro só abril de 2020, que continua a ser o mês com menos casamentos de sempre (117), uma quebra de 93,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior.""As medidas decorrentes de contenção da pandemia tiveram impactos na vida dos cidadãos, onde se inclui a mobilidade e o contacto social, pelo que os dados estatísticos relativos aos casamentos celebrados a partir de março de 2020 devem ser lidos neste contexto", salienta o INE.