Número de mortos em debandada no Irão revisto de 35 para 32
EUA/Irão
7 de jan. de 2020, 12:09
— Lusa/AO Online
Este novo balanço foi feito a partir
das informações do chefe dos serviços médicos de emergência do Irão,
Pirhossein Koulivand, que falou à televisão estatal iraniana.“Infelizmente,
como resultado da debandada, alguns de nossos compatriotas ficaram
feridos e outros morreram durante as cerimónias fúnebres", declarou
Koulivand, acresentando que 190 pessoas ficaram feridas no tumulto.A
debandada ocorreu na cidade natal do general iraniano Qassem Soleimani,
Kerman, onde dezenas de milhares de pessoas se concentraram hoje para
suas cerimónias fúnebres de Soleimani. Os
primeiros vídeos publicados na Internet mostram pessoas sem vida nas
ruas e outras a gritar, tentando ajudar as vítimas da debandada.Os habitantes de Kerman afluíram hoje em massa ao centro da cidade iraniana, onde vai ser enterrado o general Qassem Soleimani. Dezenas
de milhares de pessoas, vestidas de preto, empunhavam imagens de
Soleimani e exigiam vingança contra os Estados Unidos, aumentando
drasticamente as tensões no Médio Oriente. Na
segunda-feira, a polícia iraniana disse que milhões de pessoas se
concentraram em Teerão para prestar homenagem ao general e às restantes
vítimas do ataque aéreo norte-americano em Bagdad. O
enterro do comandante da força de elite iraniana Al-Quds vai
realizar-se no sul do Irão, numa cerimónia que vai ser presidida pelo
líder supremo iraniano, ‘ayatollah’ Ali Khamenei.Qassem
Soleimani morreu na sexta-feira num ataque aéreo contra o carro em que
seguia, junto ao aeroporto internacional de Bagdade, ordenado pelo
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.No
mesmo ataque morreu também o 'número dois' da coligação de grupos
paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida
como Mobilização Popular (Hachd al-Chaabi), além de outras oito pessoas.O
ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada
norte-americana que durou dois dias e só terminou quando Donald Trump
anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente. O
Irão prometeu vingança e anunciou no domingo que deixará de respeitar
os limites impostos pelo tratado nuclear assinado em 2015 com os cinco
países com assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas — Rússia,
França, Reino Unido, China e EUA — mais a Alemanha, e que visava
restringir a capacidade iraniana de desenvolvimento de armas nucleares.
Os Estados Unidos abandonaram o acordo em maio de 2018.No
Iraque, o parlamento aprovou uma resolução em que pede ao Governo para
rasgar o acordo com os EUA, estabelecido em 2016, no qual Washington se
compromete a ajudar na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico e
que justifica a presença de cerca de 5.200 militares norte-americanos no
território iraquiano.