Número de crianças migrantes chegadas a Espanha pode aumentar no verão
14 de mai. de 2024, 12:33
— Lusa/AO Online
Para
a organização não-governamental - que pede mais recursos para
o acolhimento - o aumento das chegadas deve-se a causas políticas e
económicas, à instabilidade alimentar e à crise climática, que está a
gerar cada vez mais migrações."Se a
tendência de aumento do volume de chegadas se mantiver, é provável que a
chegada de crianças não acompanhadas que precisam de abrigo e proteção
aumente nos meses de verão. Em 2023 já se
registou um número recorde de chegadas, mais de 5 100 menores, e se este
ritmo se mantiver, este ano o número vai ser ultrapassado", disse a
especialista em migração Bárbara González del Río.No
que diz respeito aos acordos entre a Espanha e a União Europeia para
conter o fluxo migratório, incluindo um acordo de 200 milhões de euros
com a Mauritânia, a Save The Children considera que "põem em risco a
proteção dos direitos das crianças"."Estas
medidas podem conduzir a situações indesejáveis, como a detenção de
crianças, ou a exposição a riscos como a discriminação, violência ou a
falta de acesso a direitos básicos", alerta a organização, frisando que
os direitos humanos e os direitos das crianças devem sempre orientar as
políticas europeias de migração. A
especialista em migrações apela à implementação de medidas que garantam o
correto acolhimento das crianças migrantes, incluindo a deteção de
perfis vulneráveis - requerentes de proteção internacional ou possíveis
vítimas de tráfico - ou a distribuição obrigatória de menores não
acompanhados entre as diferentes regiões de Espanha de forma contínua.A
Save the Children, com sede em Londres, é uma organização
não-governamental fundada em Inglaterra em 1919, após o final da
Primeira Guerra Mundial (1914-1918).