Número de crianças e jovens em perigo em acolhimento voltou a descer em 2017
20 de nov. de 2018, 10:28
— Lusa/AO Online
Relativamente
a 2016, há menos 8% de crianças em risco institucionalizadas, e nos
últimos dez anos houve uma descida de 25% no número de crianças e jovens
sinalizados. "Portugal
começa a dar sinais positivos no caminho da prevenção e/ou redução da
institucionalização de crianças e jovens", lê-se na "Caracterização
Anual da Situação de Acolhimento de Crianças e Jovens" relativo a 2017. No
ano passado foram 2.202 as entradas no sistema de acolhimento, a maior
parte por causa de negligência, falta de supervisão e acompanhamento
(41%). Em 16% dos casos o acolhimento deveu-se a "comportamentos
desviantes". Em
400 casos considerou-se que foram vítimas de mais tratos psicológicos,
8% casos de exposição a violência doméstica, enquanto 215 casos chegaram
ao sistema por terem sido sujeitos a maus tratos físicos e abuso
sexual. A
esmagadora maioria (90%) destas novas entradas nunca tinha estado no
sistema de acolhimento, mas em 240 casos tratou-se de um regresso, uma
vez que já tinham saído, mas foi "detetada nova ou reiterada situação de
perigo". Das novas entradas, 394 seguiram "procedimento de urgência".A maior parte das crianças e jovens em perigo acolhidas são rapazes entre os 12 e os 20 anos de idade, que compõem 72% do total.As
casas de acolhimento generalista recebem 87% das situações, mesmo no
caso das crianças até 5 anos - 88% de um universo de 903 crianças.Em acolhimento familiar, que continua a ser de "fraca expressão", estavam em 2017 apenas 3% das crianças e jovens em perigo.O
tempo de acolhimento costuma durar em média 3,6 anos, o que aconselha
"atenção aos motivos" para tanto tempo de permanência e esforços para
aplicar os "planos individuais de intervenção".No
que toca às saídas do sistema em 2017, aumentaram 14% em relação ao ano
anterior, na maioria rapazes a partir dos 15 anos que saíram de lares
de infância e juventude para voltarem a viver em família, quer a de
origem quer adotiva.Em 984 casos, registaram-se "problemas de comportamento" ligeiros, que exigem "maior atenção".Entre
os que estão em acolhimento havia "comportamentos disruptivos em 28%",
sobretudo nas idades entre os 12 e os 17 anos, acompanhados
psicologicamente e, em 22% dos casos, com medicamentos.Para 91% das crianças e jovens em acolhimento houve educação e formação, creche ou ensino pré-escolar.Durante
o acolhimento são orientados para um projeto de vida, o que se
conseguiu em 92,3% dos casos em 2017, mais 1,7 pontos percentuais do que
em 2016.A
maior parte destes projetos aponta para a autonomização, sobretudo nas
idades entre os 12 e os 20, enquanto a reunificação familiar é
predominante na faixa 6-11 anos (43,5%).Em cerca de um terço das crianças até aos 5 anos, o projeto de vida definido foi a adoção.