Número de casos no Hospital de São João aumenta após “laxismo” durante as festas
Covid-19
4 de jan. de 2021, 12:24
— Lusa/AO Online
“Há
um claro recrudescimento do número de doentes que recorre ao Serviço de
Urgência. Voltamos a ter mais de 100 casos suspeitos por dia (…). A
percentagem de doentes positivos anda novamente nos 25 e 30%. Esse é o
nosso principal sinal de alerta de que há um agravamento da situação. É
algo que nos põe de pé atrás do que vai acontecer nas próximas semanas”,
disse Nelson Pereira.O diretor da Unidade
Autónoma de Gestão de Urgência e Medicina Intensiva do Centro
Hospitalar e Universitário de São João (CHUSJ) falava aos jornalistas
esta manhã, em frente à entrada para a urgência de adultos deste
hospital do Porto, para fazer um balanço do período festivo, mas
sobretudo para apelar à manutenção de cuidados como distanciamento
social, etiqueta respiratória e higienização das mãos.“Durante
o mês de dezembro assistimos a uma diminuição progressiva do número de
casos suspeitos no Serviço de Urgência, assistimos a uma diminuição
razoável do número de casos em enfermaria e assistimos a uma situação
mais ou menos estável do número de casos internados em cuidados
intensivos”, descreveu o médico.Nelson
Pereira admitiu que a atual situação “não é uma surpresa” e frisou,
relativamente ao aumento que agora está a fazer-se sentir, que “é
certamente efeito da época natalícia”, repetindo o apelo aos cuidados.“Não
são só os dias 24 ou 25 que produzem este efeito. Todo o ambiente à
volta das festas faz com que as pessoas contactem e se mobilizem mais
(…). Qualquer aumento que possa acontecer nas próximas semanas é muito
preocupante e pode ter impacto”, disse.Atualmente estão internados no Hospital de São João 101 doentes com o novo coronavírus, 46 dos quais em cuidados intensivos.Nelson
Pereira recordou que a unidade de doentes críticos deste hospital
“continua com 22 camas abertas, além da capacidade normal do serviço”, e
frisou que vê “com preocupação este recrudescimento porque novos casos
significam novos internamentos e mais cuidados intensivos”.“É
muito importante que as pessoas compreendam que a situação está longe
de ser resolvida. Estamos num início de 2021 que vai ser muito difícil.
Mesmo que tenham tido algum laxismo na forma como se comportaram durante
as festas, é importante que voltem a perceber que os cuidados são para
manter”, sublinhou.