Novos cabos submarinos que ligam continente às ilhas vão ter componente 'smart'
OE2023
10 de out. de 2022, 15:09
— Lusa/AO Online
No próximo
ano, o Governo "continuará a promover o posicionamento geoestratégico de
Portugal no âmbito da conetividade internacional, visando suportar a
transformação digital da sociedade e da economia, atrair investimento
estrangeiro em infraestruturas tecnológicas no âmbito dos ecossistemas
digitais, melhorar a competitividade portuguesa na economia digital
global e aumentar a autonomia tecnológica nacional", lê-se no documento.As
comunicações eletrónicas "entre Portugal Continental e as Regiões
Autónomas dos Açores e da Madeira são atualmente asseguradas através de
um sistema de cabos submarinos (Anel CAM), cuja previsão de
obsolescência aponta aos anos 2024 e 2025", aponta o executivo,
referindo que "a substituição desta Plataforma Atlântica visa cumprir
com os objetivos de fortalecimento da coesão territorial nacional,
garantindo a conetividade interna e a capacitação para a promoção de
interligações internacionais".A nova
infraestrutura, adianta, "permitirá ainda um reforço das iniciativas no
âmbito da investigação, através da implementação de uma componente
'smart' nos novos cabos submarinos (sensorização e tratamento de dados),
conferindo uma componente estratégica em várias dimensões, como a
defesa e a segurança nacionais", salienta o Governo liderado por António
Costa.Recentemente, no parlamento, o
presidente da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), João Cadete
de Matos, defendeu que o "novo anel de cabos submarinos é estratégico"
para Portugal e de "grande relevância" para os Açores e para a Madeira e
classificou de "essencial" que sejam 'smart', os quais além da área das
comunicações eletrónicas, têm sensores que podem ser utilizados para a
investigação científica, proteção do ambiente e para ter alertas de
sismos ou tsunamis, já que atravessam várias placas tectónicas."Paralelamente,
esta Plataforma dotará Portugal de melhores condições de atratividade e
de competitividade para a amarração de cabos submarinos, assim como
para investimentos no mercado digital ligados à estratégia de
conetividade", ou seja, "instalação de centros de armazenamento e
computação de dados e exploração comercial de dados e sistemas, áreas
tecnológicas e de inovação e exploração científica de dados, entre
outros", refere o Governo, na proposta de lei do OE2023.No fundo, tratam-se de cabos submarinos inteligentes de última geração."A
melhoria da conexão entre os diferentes territórios de Portugal, a par
com a possibilidade da introdução de sensores, traduz de forma clara a
estratégia de Portugal no quadro do Atlântico, afirmando-se como um
gestor competente de uma vasta área oceânica, reforçando-se a capacidade
de monitorização das áreas marinhas protegidas e promovendo-se a
resiliência nacional face a grandes desastres naturais", conclui o
executivo.