Novos arquivos revelam que Trump voou pelo menos 8 vezes no avião privado de Epstein
Hoje 11:23
— Lusa/AO Online
Esta
informação consta de um novo lote de milhares de ficheiros inéditos
sobre o caso Epstein, que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos
publicou na tarde de segunda-feira, mas que parece ter sido
posteriormente apagado.O jornal The Washington Post conseguiu, no entanto, descarregá-los antes de se tornarem indisponíveis.Ao
contrário dos ficheiros divulgados no sábado passado, os novos incluem
várias menções a Trump, que tem tentado distanciar-se o mais possível de
Epstein e dos seus crimes, avançou o jornal.“Quero
que saibam que os registos de voo que recebemos ontem [segunda-feira]
refletem que Donald Trump viajou no jato privado de Epstein muito mais
vezes do que o anteriormente relatado (ou do que tínhamos
conhecimento)”, escreveu um procurador da Justiça do Distrito Sul de
Nova Iorque num e-mail de janeiro de 2020, que está incluído nos autos
do processo.Trump voou nesse avião pelo
menos oito vezes entre 1993 e 1996, escreveu o procurador, referindo que
este período coincide com a investigação à cúmplice e ex-companheira de
Epstein, Ghislaine Maxwell, que esteve em pelo menos quatro desses voos
com o agora Presidente.Em alguns casos,
acrescentou o procurador, aqueles que viajaram no avião poderiam servir
de testemunhas no caso contra Maxwell, que foi condenada em 2021 a 20
anos de prisão por tráfico sexual de menores.Os
documentos revelam ainda que o FBI reuniu várias pistas sobre a relação
entre Trump e Epstein durante festas realizadas nas respetivas
propriedades no início dos anos 2000, embora não confirmem se houve
investigações subsequentes.Além disso, os
ficheiros mostram que os investigadores do caso Maxwell enviaram uma
intimação a Mar-a-Lago, a mansão e clube privado de Trump em West Palm
Beach, Florida, em 2021, adianta o The Washington Post.O
motivo desta intimação não é totalmente claro, mas os documentos
indicam que um procurador federal estava à procura de documentos sobre
pessoas que trabalharam no clube de Trump e que poderiam ser relevantes
para o caso contra Maxwell.“Não consegui
localizar ninguém que se lembre de [informação omitida] a trabalhar em
Mar-a-Lago em 2000”, escreveu o procurador num e-mail incluído entre os
novos documentos.O novo lote de ficheiros
inclui também uma carta de 22 páginas enviada pela divisão criminal do
Departamento de Justiça dos Estados Unidos às autoridades do Reino Unido
a pedir uma entrevista voluntária com a “Testemunha PA”, referindo-se
ao então príncipe britânico André.