Novo secretário regional das Pescas dos Açores é pessoa “muito conhecedora do setor”
5 de mar. de 2024, 15:41
— Lusa
Mário
Rui Pinho, que ocupava o cargo de diretor regional de Políticas
Marítimas, substituiu Manuel São João no cargo de secretário Regional do
Mar e das Pescas no XIV Governo açoriano que tomou posse na
segunda-feira, no parlamento regional, na cidade da Horta, na ilha do
Faial.“[O novo governante] é uma pessoa
muito conhecedora do setor da pesca. É uma pessoa que tem a noção do que
o setor necessita”, disse hoje à agência Lusa Jorge Gonçalves,
presidente interino da Federação das Pescas dos Açores.No entanto, segundo o responsável, “por vezes, o plano do Governo é que delineia toda a operação do secretário”.“Esperamos
que, de facto, ele também tenha a capacidade de ter um bom diretor
regional, de escolher um bom diretor regional, porque isso é essencial
para o desempenho de toda a legislatura, de todo o seu trabalho, e
esperamos que faça um bom trabalho”, salientou.Jorge Gonçalves considerou ainda que Mário Rui Pinho “tem todas as condições de conhecimento” para fazer um bom trabalho. “Da
nossa parte, da Federação, estamos aqui como sempre estivemos, em
colaboração com todos os secretários [com] quem temos trabalhado, sempre
em benefício do setor. Vamos esperar que as políticas sejam
implementadas e depois vamos trabalhar em conjunto”, declarou.Quanto
ao Programa do Governo para o setor das pescas, Jorge Gonçalves disse
estar expectante, porque deste documento é que sairão “todas as linhas
orientadoras” para a legislatura.O
dirigente disse também esperar que o novo executivo de coligação,
liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, “tenha uma nova
estratégia e uma nova visão que vá ao encontro das expectativas do
setor”, garantindo a sustentabilidade dos recursos, “desde o extrativo
ao comercial e transformador”.Ao executivo
açoriano pediu que pense o setor de forma diferente, alegando que as
pescas “não podem ser geridas a curto prazo” e têm de ser vistas de uma
forma diferente: “Tem que haver, no meu entendimento, […] um pacto de
regime, tendo em conta as circunstâncias e as especificidades que o
setor tem”, indicou.Jorge Gonçalves defendeu igualmente que haja “uma maior proximidade ao setor” e “mais diálogo” por parte do Governo Regional.Entre
os problemas que carecem de resolução, o respondável apontou a melhoria
do transporte interilhas para que exista escoamento de pescado: “Se não
tivermos transportes em condições, não conseguimos escoar os nossos
produtos e também eles não serão valorizados”, lembrou.A
Federação das Pescas dos Açores salientou ainda a necessidade da
revisão do processo das áreas marinhas protegidas, que ficou suspensa
devido à queda do executivo anterior.O
presidente interino referiu também que espera que o setor não fique
prejudicado com o ordenamento do espaço marítimo (em discussão até 28 de
março) e defendeu que o novo Governo Regional “terá que olhar para a
Inspeção Regional das Pescas de uma forma diferente”.Com
a entrada em funções, o XIV Governo Regional dos Açores tem agora até
10 dias para entregar, no parlamento regional, o seu programa, documento
que contém as principais orientações políticas e as medidas a propor
para a legislatura.