Novo responsável das “secretas” pede valorização dos recursos humanos e tecnológicos
27 de dez. de 2024, 12:05
— Lusa/AO Online
O
embaixador Vítor Sereno falava após tomar posse no cargo, conferida
pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, na residência oficial em São
Bento (Lisboa), na mesma cerimónia em que tomou também posse Patrícia
Barão como secretária-geral do Sistema de Segurança Interna (SSI). “Assumo
este cargo com plena consciência da sua importância estratégica e das
elevadas responsabilidades que lhe estão associadas”, assegurou Vítor
Sereno, que invocou a sua experiência na diplomacia para “compreender e
antecipar mudanças globais” ou “construir pontes entre culturas e
interesses divergentes”.Vítor Sereno
defendeu que o modelo atual do Sistema de Informações português “é
robusto e adequado, subordinando-se ao poder político central e
diretamente dependente do primeiro-ministro”.“Contudo,
é essencial que este sistema continue a evoluir, adaptando-se às novas
exigências globais e reforçando a sua capacidade de resposta”, disse,
apontando três áreas prioritários.O novo chefe das “secretas” pediu, em primeiro lugar, uma valorização dos recursos humanos. “Devemos
investir no recrutamento de novos talentos, assegurando que o sistema
renova a sua capacidade crítica e técnica para enfrentar desafios cada
vez mais sofisticados”, disse.Depois,
apelou a que se prossiga com a modernização tecnológica, que considerou
“fundamental para lidar com a complexidade crescente das ameaças”, e,
finalmente, referiu-se às infraestruturas. “Devemos
continuar a dar atenção às necessidades físicas do sistema, pelo que
prosseguiremos o projeto de realização do espaço anexo ao forte Dom
Carlos I, criando condições que fortaleçam a sua operacionalidade e a
sua eficiência”, assegurou.Vítor Sereno
classificou o sistema de informações como “um pilar fundamental da
segurança nacional” e a base “sobre a qual se garante a estabilidade das
instituições e a segurança dos cidadãos”. “Contudo,
é também fundamental que o sistema se aproxime da sociedade,
fortalecendo o entendimento e a confiança mútua. Este diálogo com as
organizações da sociedade civil é promissor e deve ser aprofundado
dentro dos parâmetros que a natureza do nosso trabalho impõe”, defendeu.O
embaixador prometeu trabalhar “em sintonia” com todas as entidades na
área da segurança, bem como com as Forças Armadas e os Negócios
estrangeiros, e agradeceu à sua antecessora no cargo, Graça Mira Gomes,
também presente na tomada de posse.“A sua liderança e dedicação foram importantes para o progresso e para a estabilidade do SIRP”, considerou.Graça
Mira Gomes ocupava o cargo desde 2017 e Luís Montenegro chegou a pedir a
sua demissão quando era líder da oposição, na sequência da atuação do
SIS na recuperação do computador de Frederico Pinheiro, ex-adjunto do
antigo ministro das Infraestruturas João Galamba.Vítor
Sereno foi chefe de gabinete do social-democrata Miguel Relvas, quando
este foi ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, bem como do
socialista António Braga, quando ocupou o cargo de secretário de Estado
das Comunidades Portuguesas.É diplomata de carreira desde 1997 e, desde 2013, chefe de missão, sendo embaixador de Portugal no Japão desde março de 2022.Na
tomada de posse, estiveram presentes os ministros dos Negócios
Estrangeiros, da Defesa, da Administração Interna, da Justiça e da
Presidência, bem como o procurador-geral da República e os responsáveis
máximos da Polícia Judiciária, PSP e GNR, o chefe do Estado Maior
General das Forças Armadas e os anteriores secretários-gerais do SSI e
do SIRP.