Novo Presidente pediu unidade nacional e confiança na democracia
20 de jan. de 2021, 18:02
— Lusa/AO Online
“A vontade do povo foi ouvida, e a
vontade do povo foi atendida. Aprendemos novamente que a democracia é
preciosa e a democracia é frágil. Nesta hora, a democracia prevaleceu”,
disse Biden, acrescentando que o dia da sua tomada de posse, “é o dia da
América, o dia da democracia, um dia na história e na esperança, de
renovação e determinação”Biden disse que
“poucos encontraram um tempo tão difícil como aquele que atravessamos”,
referindo-se explicitamente à pandemia de Covid-19, à violência nas ruas
das cidades norte-americanas, às divisões políticas e à crise
económica.“Poucas pessoas na história de
nossa nação desafiaram tanto, ou acharam uma época mais desafiadora ou
difícil do que a que estamos agora”, admitiu Biden.“Temos
muito que fazer neste inverno de perigo e possibilidades
significativas: muito para reparar, muito para restaurar, muito para
curar, muito para construir e muito para ganhar”, acrescentou o novo
Presidente norte-americano.Perante a
ausência de Donald Trump - o Presidente republicano que hoje terminou o
seu mandato e preferiu não estar presente para assistir à cerimónia de
transição de poder – mas perante a presença dos antigos presidentes Bill
Clinton, George W. Bush e Bill Clinton, Biden agradeceu aos
antecessores pela forma como preservaram a democracia e a relevância do
cargo que agora ocupa.Uma parte relevante
do seu discurso inaugural dirigiu-se aos adversários políticos, apelando
ao diálogo e à compreensão, dizendo que, a partir de hoje, devem
procurar soluções em conjunto.“Não nos devemos olhar como adversários, mas como vizinhos”, disse Biden.“Sei
que as forças que nos dividem são profundas e reais. Mas também sei que
não são novas. A nossa história tem sido uma luta constante entre o
ideal americano, de que todos somos criados iguais, e a dura e horrível
realidade do racismo, medo e demonização que há muito nos separam”,
explicou Biden.“Este é o nosso momento
histórico de crise e desafio. A unidade é o caminho a seguir e devemos
enfrentar esse momento como Estados Unidos da América”, acrescentou o
Presidente, pedindo para que esse momento de unidade prevaleça, mesmo
depois de episódios traumáticos, como o ataque ao Capitólio por
apoiantes de Trump, no dia 06 de janeiro.“Aqui
estamos nós, poucos dias depois que uma multidão turbulenta pensar que
poderia usar a violência para silenciar a vontade do povo”, disse Biden,
afirmando que ninguém pode “parar o trabalho da democracia”.“Isso
não aconteceu. Nunca vai acontecer. Nem hoje, nem amanhã. Nunca.
Nunca”, garantiu o Presidente, referindo-se aos poderes negativos e
violentos que prometeu derrotar no seu mandato.Biden
insistiu em que a “discórdia não pode ser pretexto para guerra total”,
estendendo a mão aos adversários, prometendo que será o “Presidente de
todos os americanos” e dizendo que se empenhará a defender os seus
apoiantes como os seus adversários.O novo
Presidente disse que este é o momento “para baixar a temperatura”, para
acalmar ânimos políticos desavindos, perante graves desafios.“Vamos
derrotar a pandemia. Mas vamos fazê-lo juntos. Temos de o fazer
juntos”, prometeu Biden, recordando que a crise sanitária que se vive já
matou tantos norte-americanos como a Segunda Guerra Mundial.Biden
pediu mesmo uns segundos de silêncio para orar pelas vítimas mortais da
pandemia, colocando o problema como prioridade da sua agenda política.Mas Biden também teve uma mensagem para o exterior dos Estados Unidos, dirigindo-se aos inimigos e aliados.“Seremos
aliados de confiança. Seguros e fortes”, disse Biden, prometendo reatar
alianças que possam ter sido enfraquecidas pelo seu antecessor, embora o
novo Presidente não se tenha referido a nenhum caso em particular, nem
tenha feito nenhuma crítica direta a Trump.Ainda assim, Biden disse acreditar que os Estados Unidos podem “voltar a ser um aliado em que se pode confiar”.Biden
prometeu ainda combater as “mentiras”, dizendo que os atores políticos
não as podem usar para seu benefício, prometendo “lisura” e
transparência na forma como ocupará o seu lugar na Casa Branca.“Os
melhores anjos sempre prevaleceram”, concluiu Biden, dizendo que a
proteção da Constituição será sempre uma preocupação e prometendo que “a
democracia e a esperança” não morrerão no seu mandato que hoje se
inicia.