Novo plano para ter mais docentes é melhor mas tem "vistas curtas"
31 de jul. de 2024, 10:44
— Lusa/AO Online
No final de uma reunião para
debater as novas medidas do “Plano +Aulas +Sucesso”, o sindicalista José
Feliciano Costa defendeu que as propostas da tutela “não são as medidas
de fundo de que fala” o ministro da Educação.Em
declarações aos jornalistas à saída da reunião, o secretário-geral
adjunto da Fenprof considerou urgente tornar a carreira docente mais
atrativa para responder à falta de professoras nas escolas.No
entanto, José Feliciano Costa reconheceu que na proposta hoje
apresentada pelo ministro da Educação “há um conjunto de coisas” que vão
ao encontro das reivindicações da Fenprof, como é o caso das alterações
dirigidas aos docentes à beira da aposentação.Na
semana passada, a tutela propunha oferecer 750 euros brutos aos
docentes que aceitassem continuar a trabalhar quando atingissem a idade
da reforma, ou seja, aos 66 anos e sete meses de idade e 40 anos de
serviço.Segundo a Fenprof, a nova
proposta prevê que possam aderir ao programa assim que atinjam a idade
legal para se reformar, sendo sempre exigido os 40 anos de serviço,
disse o sindicalista.Já a possibilidade de
fazerem dez horas extraordinárias por semana mantém-se, mas o
representante da Fenprof recorda que “os professores já estão
sobrecarregados”, mas serão livres para, se o entenderem, trabalhar
mais.José Feliciano Costa classificou como
“um plano de vistas curtas” aquele que foi apresentado este verão pelo
ministério e que pretende chegar a dezembro de 2024 com uma redução de
90% de alunos sem aulas em relação aos valores registados no passado ano
letivo.Entre as críticas, a Fenprof
voltou a apontar o facto de ser um programa com “uma durabilidade
limitada”, uma vez que começa agora e termina no ano letivo de
2027/2028, e “não vai resolver o problema” da falta de professores nas
escolas.“É preciso um plano de fundo que
valorize a carreira dos professores, o que também foi hoje assumido pelo
senhor ministro e pelo secretário de estado”, acrescentou o
secretário-geral adjunto da maior estrutura sindical representativa da
classe docente.Para a Fenprof, é urgente
tornar a carreira docente mais atrativa e criar incentivos à habitação e
à deslocação, dois dos maiores entraves que impedem os professores de
aceitarem colocações longe de casa.As
medidas do plano circunscrevem-se a um conjunto de cerca de 160 escolas
situadas nas zonas de Lisboa e do Algarve, onde o custo de arrendar uma
casa é bastante elevado.A equipa do
ministério está agora reunida com representantes da Federação Nacional
da Educação (FNE), tendo também sido convocadas as restantes estruturas
sindicais para a segunda ronda negocial sobre as medidas do Plano +Aulas
+Sucesso.