Novo Estatuto da Carreira Docente deverá trazer melhores salários e condições laborais
16 de set. de 2024, 11:34
— Lusa/AO Online
Na próxima sexta-feira, arranca a
primeira reunião negocial entre tutela e sindicatos para discutir um
novo Estatuto da Carreira Docente, um processo que segundo o ministro
Fernando Alexandre poderá demorar cerca de um ano a estar concluído.“A
revisão será positiva se for no sentido necessário e que a profissão
exige para ultrapassar o grave problema da falta de professores: a sua
valorização. Veremos se é essa a intenção dos responsáveis do Ministério
da Educação, Ciência e Inovação (MECI)”, afirma a Federação Nacional
dos Professores, em comunicado hoje enviado para as redações.Os
professores pedem aumentos salariais e o ministro tem-se mostrado
sensível ao tema, tendo já reconhecido que os salários nos primeiros
escalões da carreira são “de facto, muito baixos”.Além
da carreira e salários, o ECD define outros direitos e deveres como a
avaliação de desempenho ou os horários de trabalho e, neste último
ponto, a Fenprof entende que é preciso “de uma vez por todas, a justa
clarificação sobre o que é da componente letiva e da não letiva” e “o
que é trabalho individual ou de estabelecimento”.Os
professores reclamam também um regime de aposentação específico, que
tenha em conta a “natureza da profissão” e o “desgaste a que os
profissionais estão sujeitos”.Os
princípios gerais da formação de professores e os requisitos para acesso
à profissão, assim como o ingresso nos quadros são outros dos pontos
que sindicatos e tutela terão de debater.A
Fenprof salienta que é essencial desenhar um ECD que torne a profissão
mais atrativa e que não esqueça por isso também as modalidades de
mobilidade, o regime de faltas, as férias e licenças.A
Fenprof “não irá tolerar que a transição para a nova carreira sirva,
como no passado, para roubar tempo aos professores. Exigirá que o
critério a adotar seja o da contagem integral do tempo de serviço, de
forma que cada um seja posicionado no escalão correto da carreira”,
sublinham.O topo da carreira docente deve
ser equiparado ao da carreira dos técnicos superiores, sendo que deve
haver uma valorização dos índices de todos os escalões, devem acabar as
vagas de acesso aos 5.º e 7.º escalões assim como as quotas na
avaliação.“A não ser assim, os professores
voltarão, determinados, a lutar por justiça, pelos seus direitos e pela
valorização da profissão”, avisa.O
Governo aprovou, para este ano, um conjunto de medidas para tentar
responder à falta de professores nas escolas, que passam pela
possibilidade de contratar professores aposentados com uma remuneração
extra ou de bolseiros de doutoramento.Além
do plano “+ Aulas + Sucesso”, o Governo criou um apoio a professores
deslocados colocados em escolas para onde é difícil contratar docentes e
vai realizar, ainda durante o 1.º período, um novo concurso de
vinculação extraordinária para as escolas mais carenciadas.