Novo caderno de encargos para venda de 49% da Azores Airlines pronto até junho
7 de mar. de 2019, 10:12
— Lusa/AO Online
Ana
Cunha considerou, em declarações aos jornalistas, em Ponta Delgada, que
estão reunidas as condições para avançar com o novo concurso público
até final do ano, depois de conhecido o caderno de encargos, até final
de junho.“Claro que há [condições], senão não tinha fixado estes prazos a mim mesma”, disse.A
titular da pasta dos Transportes do executivo açoriano reafirmou, na
sequência de notícias vindas hoje a público, que a alienação é para
avançar, não havendo inversões no processo.A
SATA, sublinhou, continua “mandatada para dar início a um novo
processo” de alienação de parte do capital do seu ramo para fora do
arquipélago.A governante adiantou que o
processo de alienação não está dependente do plano de reestruturação do
grupo SATA, que ainda não está em seu poder, mas indicou que são “dois
processos que têm de seguir em simultâneo”.“Obviamente
que a reestruturação com um parceiro privado é uma e sem este é outra,
como é lógico, mas uma coisa não depende da outra”, frisou a secretária
regional. O concurso para a privatização
de 49% da Azores Airlines foi anulado em novembro do ano passado após a
divulgação de documentos que causaram um "sério dano ao grupo SATA e aos
Açores", anunciou à época o Governo dos Açores.Numa
nota de imprensa na ocasião, o executivo dizia ter dado "orientações ao
conselho de administração do grupo SATA para anular" o concurso público
de privatização de 49% do capital social da Azores Airlines "e preparar
o lançamento de um novo concurso com o mesmo objetivo".Em
causa estiveram notícias da RTP/Açores, citando documentos privados da
comissão de inquérito do parlamento açoriano ao setor empresarial
público, que indicavam não haver uma proposta formal apresentada pelos
islandeses da Icelandair - única entidade qualificada para a segunda
fase da alienação -, mas antes o intuito de abrir um período de
negociações com a SATA.De acordo com o
caderno de encargos da primeira tentativa de alienação de capital da
operadora açoriana, o futuro acionista da Azores Airlines teria de
“respeitar obrigatoriamente” a manutenção do plano de renovação da frota
iniciado com o A321 NEO.Teria ainda de
promover o “cumprimento da operação aérea regular mínima”, sendo que
esta contempla as ligações entre o continente e os Açores, nomeadamente
as rotas liberalizadas entre Ponta Delgada e Lisboa, Ponta Delgada e
Porto, Terceira e Lisboa, e Terceira e Porto.O
futuro acionista teria também de assegurar as ligações de obrigação de
serviço público entre Lisboa e Horta, Lisboa e Pico, Lisboa e Santa
Maria e Ponta Delgada e Funchal, bem como a ligação de Ponta Delgada com
Frankfurt, a par das rotas a partir da Terceira e Ponta Delgada com
Boston e Oakland, nos Estados Unidos, e Toronto, no Canadá.