“Já
foi feita [a injeção de capital] no princípio desta semana e está tudo a
decorrer normalmente. O valor foi o valor que tínhamos projetado”,
afirmou Mário Centeno aos jornalistas, à margem de uma aula aberta sobre
"O Euro e o futuro da Europa", em Lisboa.Em
01 de fevereiro, na apresentação de resultados de 2018 do Novo Banco, a
instituição liderada por António Ramalho confirmou que iria pedir 1.149
milhões de euros ao Fundo de Resolução.O
ministro acrescentou hoje que a operação foi feita “através do Fundo de
Resolução, com recurso a um empréstimo de parte desse valor, empréstimo
esse que foi concedido pelo Tesouro ao Fundo de Resolução”. Porém,
quando questionado, o ministro não revelou o valor do empréstimo."O
Novo Banco está num processo de capitalização que decorre do acordo de
venda, tem tido resultados positivos na sua atividade corrente naquilo
que não é o banco mau dentro do Novo Banco", afirmou Mário Centeno,
acrescentando que "não há nenhum risco que acresça a esta atividade que
seja conhecido neste momento". "Portanto,
falar de qualquer outro risco também tem o seu caráter especulativo",
considerou o ministro, quando questionado sobre o alerta deixado hoje
pelo Conselho das Finanças Públicas para "pressões adicionais” sobre as
metas do Programa de Estabilidade 2019-2023 decorrentes de apoios ao
setor financeiro, nomeadamente de injeções adicionais no Novo Banco. Em
fevereiro, o banco liderado por António Ramalho indicou que "em
resultado das perdas das vendas e da redução dos ativos 'legacy', o Novo
Banco irá solicitar uma compensação de 1.149 milhões de euros ao abrigo
do atual Mecanismo de Capital Contingente (CCA). Este montante decorre
em 69% das perdas assumidas sobre os ativos incluídos no CCA e 31%
devido a requisitos regulatórios de aumento de capital no quadro do
ajustamento do período transitório dos rácios de capital e ao impacto do
IFRS 9" (normas de contabilidade).Em
2018, para fazer face a perdas de 2017, o Novo Banco já tinha recebido
uma injeção de capital de 792 milhões de euros do Fundo de Resolução.O
Fundo de Resolução é uma entidade financiada pelas contribuições dos
bancos do sistema (entre os quais o público Caixa Geral de Depósitos),
mas está na esfera do Estado (conta para o défice orçamental) e é gerido
pelo Banco de Portugal.