Novo administrador do IROA queixa-se da pressão das autarquias açorianas
17 de jun. de 2024, 18:34
— Lusa
“Quando
começa a haver pressões sobre o IROA - que são legítimas - de juntas de
freguesia e câmaras municipais, para que o IROA assuma as
responsabilidades dessas entidades, começamos a desviar o foco do nosso
investimento e começamos a canalizar verba para outras áreas”, advertiu o
novo administrador, ouvido hoje na Comissão de Economia do parlamento
açoriano, reunida em Ponta Delgada.Pedro
Hintze Ribeiro, que desempenhou as funções de diretor regional da
Agricultura na anterior legislatura, lembrou que o estatuto das vias
terrestres que vigora na região “não inclui nenhum caminho do IROA”,
apesar de o instituto ser chamado, muitas vezes, a intervir em estradas
que não lhe pertencem.O novo administrador
do IROA defendeu, por outro lado, a necessidade de se aproveitar os
fundos comunitários destinados ao setor agrícola para se investir no
redimensionamento das explorações agrícola dos Açores, que continuam, em
média, a serem as mais pequenas do país.“Em
2028, nós pretendemos ter explorações agrícolas com outra dimensão. Se
nós olharmos para as estatísticas do INE [Instituto Nacional de
Estatísticas], de 2009 a 2019, aumentámos a área média das explorações
de 9 para 11 hectares”, lembrou Pedro Hintze Ribeiro, lamentando que,
apesar desse aumento, os Açores continuem a ser a zona do país com a
“área média das explorações mais reduzida”.Pedro
Hintze Ribeiro substituiu Hernâni Costa na presidência do IROA, que se
demitiu depois de ter sido constituído arguido no âmbito da operação
“Nortada”, na sequência de suspeitas de “violação de regras de
contratação pública, de urbanismo e de ordenamento do território”, que
envolveu autarcas e administradores públicos.A
operação, desencadeada pela Polícia Judiciária (PJ), arrancou em 2017 e
pretendia investigar eventuais favorecimentos de privados e consequente
prejuízo para o erário público, de alguns procedimentos, alegadamente,
menos transparentes.