Nove em cada 10 portugueses consideram alterações climáticas “problema muito sério”
11 de set. de 2019, 15:00
— Lusa/AO Online
Em causa está um Eurobarómetro hoje conhecido,
em Bruxelas, para o qual foram feitas 1.012 entrevistas presenciais em
Portugal entre os dias 09 e 22 de abril, e que demonstra que 87% dos
inquiridos portugueses classificam as alterações como “um problema muito
sério”, contra 11% que o consideram um assunto “relativamente sério” e
1% que o desvalorizam.As preocupações
demonstradas pelos portugueses foram superiores à média da UE (num total
de 27.655 cidadãos dos 28 Estados-membros entrevistados neste
Eurobarómetro), já que foram menos (79%) os inquiridos europeus que
falaram num “problema muito sério”, enquanto 14% apontaram ser um
assunto “relativamente sério” e 6% o desconsideraram.Ainda
assim, 23% dos entrevistados europeus falam nas alterações climáticas
como o problema mais sério que o mundo enfrenta, percentagem que baixa
para 19% nos inquiridos portugueses.Questionados
sobre o que estão a fazer, a nível pessoal, para combater este
fenómeno, 74% dos entrevistados em Portugal afirmaram estar a tomar
medidas, mais do que a média de toda a UE, que rondou 60%.Como
exemplo das medidas adotadas nos últimos seis meses, os inquiridos
portugueses falaram na redução do lixo produzido e num aumento da
reciclagem (76%) e ainda na diminuição do consumo de energia através da
utilização de eletrodomésticos mais eficientes (42%).Acresce
que quase todos os entrevistados portugueses (96% e 95%,
respetivamente) defendem que o Governo deve estabelecer metas para
aumentar o uso de energias renováveis até 2030 e apoiar a melhoria da
eficiência energética.Também a quase
totalidade destes inquiridos nacionais (97%) disse apoiar o objetivo de a
UE se tornar neutra em emissões de carbono até 2050.Hoje,
a Comissão Europeia adotou ainda uma comunicação que reafirma o
envolvimento da União com os compromissos ambientais, que serão desde
logo apresentados na Cimeira de Ação Climática promovida pela
Organização das Nações Unidas (ONU), no final deste mês, em Nova Iorque.Em
conferência de imprensa realizada em Bruxelas após a divulgação dessa
comunicação, o vice-presidente do executivo comunitário e comissário
para a União da Energia, Maroš Šefčovič, vincou que “o facto de julho
[deste ano] ter sido o mês mais quente alguma vez registado torna
evidente a necessidade de atuar”.“Durante
todo o verão – e até arriscaria dizer durante todo o ano – temos tido
notícias trágicas sobre como o mundo está a mudar drasticamente aos
nossos olhos”, acrescentou, aludindo a “exemplos vindos do Brasil, de
França, mas também do sul da Europa”.Já
recordando as declarações do secretário-geral da ONU, o português
António Guterres, Maroš Šefčovič vincou que Bruxelas está “disposta a
fazer mais”.“Respeitamos na totalidade o
pedido feito por António Guterres, de que não devem ser feitos anúncios,
mas sim colocados planos em prática”, precisou.Este
responsável revelou ainda que, na cimeira das Nações Unidas, a UE – que
está representada pelo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk –
vai sublinhar o seu objetivo de ter neutralidade carbónica até 2050,
assumido por 24 Estados-membros, incluindo Portugal.