"Novas restrições serão circunscritas a territórios"
Covid-19
29 de out. de 2020, 12:28
— Lusa/AO Online
A dois dias de
se realizar um Conselho de Ministros extraordinário (sábado) para
definir as medidas de controle da pandemia, o governante afirmou que
"todos os países vão começar a adotar medidas de restrições ao nível
territorial, mais circunscrito”.“E essas
restrições serão com certeza ao nível mais dos territórios, para que
outros territórios que não estão tanto sobre pressão possam respirar do
ponto de vista económico e social”, admitiu António Lacerda Sales numa
entrevista ao ‘podcast’ Política com Palavra do Partido Socialista.Questionado
se o Governo optará por ações localizadas ou se admite restrições
nacionais como um novo confinamento geral, Lacerda Sales disse que
“todos os países da Europa estão neste momento a tentar estabilizar num
determinado modelo que pode comportar muitas variáveis”.Enumerando
que essas variáveis são a incidência de casos nos últimos 14 dias, os
novos casos confirmados por 100 mil habitantes, as faixas etárias mais
atingidas ou a pressão sobre os hospitais, defendeu que o que é preciso é
“estabilizar num determinado modelo e obviamente que quanto mais
uniforme conseguir ser esse modelo (…) maior segurança e maior confiança
será dada às populações”. Confrontado
se esse modelo será de base concelhia ou distrital, o secretário de
Estado disse apenas que deve ter “o consenso da grande maioria dos
intervenientes” das áreas da saúde, proteção civil, das autarquias ou
segurança social. Na quarta-feira, o
presidente da Área Metropolitana do Porto pediu ao Governo que decrete o
Estado de Emergência, generalizando as medidas a todo o país e o
presidente da Comissão Distrital da Proteção Civil do Porto propôs o
recolher obrigatório no distrito.Confrontado
com estes pedidos, Lacerda Sales reiterou a necessidade de "estabilizar
o modelo e uniformizar o modelo para que não haja grandes
discrepâncias, quer entre concelhos quer entre distritos".Pediu no entanto que "não se façam sobreavaliações de determinadas situações e por outro lado subavaliações noutras situações". "Penso
que as medidas têm que se adaptar aquilo que é em cada região a própria
evolução e os próprios dados epidemiológicos", resumiu.Além do Conselho de Ministros extraordinário de sábado, o primeiro-ministro marcou para sexta-feira reuniões com os partidos.No
final do dia de quarta-feira, uma nota do gabinete da ministra de
Estado e da Presidência adiantava que Mariana Vieira da Silva e a
ministra da Saúde, Marta Temido, iriam realizar uma audiência com os
peritos habitualmente auscultados nas chamadas "reuniões do Infarmed"
seguida de uma reunião com médicos especialistas em infecciologia e
medicina intensiva.Fonte do Governo tinha
anteriormente adiantado à agência Lusa que, perante a evolução da
pandemia em Portugal nas últimas semanas, a ministra da Saúde, Marta
Temido, e a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da
Silva, estavam já a ouvir um conjunto de epidemiologistas.O ministro de Estado da Economia e Transição Digital, Pedro Siza Vieira, esteve a ouvir parceiros sociais.Ainda
no âmbito do combate à covid-19, o primeiro-ministro participará hoje
num Conselho Europeu extraordinário, por videoconferência.