Novak Djokovic disse que deportação da Austrália foi "evento infeliz"
Covid-19
3 de fev. de 2022, 12:42
— Lusa/AO Online
Novak Djokovic
pretendia defender o seu título no Open da Austrália, mas não cumpria os
rigorosos requisitos de vacinação contra a cCovid-19 daquele país e
acabou por ser detido e deportado 11 dias após a sua chegada ao
território.O número um do ‘ranking’
mundial, de 34 anos, reuniu-se com o presidente sérvio, Aleksandar
Vucic, a quem agradeceu o seu apoio em todo o processo em que se viu
envolvido na Austrália, que descreveu, “no mínimo”, como “inesperado”.Djokovic
disse que, como cidadão sérvio, sentiu uma grande necessidade de
agradecer ao seu presidente “o grande apoio manifestado”, assim como “a
todas as instituições estatais durante os infelizes eventos na
Austrália”.“Embora estivesse sozinho a
enfrentar muitos problemas e desafios, nunca me senti só. Tive sempre o
apoio da família, das pessoas próximas da minha vida, de toda a nação
sérvia e de muita gente, com boas intenções, de todo o mundo”, disse.O
tenista evitou abordar os detalhes dos acontecimentos na Austrália,
prometendo dar a sua versão mais tarde, e o encontro com Vucic foi
acompanhado de críticas de alguns dos seus seguidores, que consideram
ter havido aproveitamento político.Para
entrar na Austrália, Djokovic apresentou um teste positivo à Covid-19
emitido na Sérvia a 16 de dezembro de 2021, para requerer a isenção
especial de visto, alegando que se encontrava a recuperar de infeção,
por ter contraído recentemente o vírus.Como
o tenista sérvio não está vacinado, e é contrário a essa prática, o
governo australiano decidiu cancelar o seu visto especial e deportar
Djokovic, dizendo que a sua presença na Austrália poderia despertar
sentimentos antivacinação.O
presidente Aleksandar Vucic elogiou Djokovic e disse ter a certeza de
que vencerá Nadal e Federer em Roland Garros e em Wimbledon, os dois
próximos ‘majors’, que o sérvio também poderá não disputar se não
estiver vacinado.Justiça sérvia confirma veracidade dos testes PCR de Novak Djokovic
A procuradoria de Belgrado confirmou a validade dos exames PCR
do tenista Novak Djokovic, após ter recebido uma denúncia de que os
mesmos eram falsos, para este poder viajar para Melbourne para o Open da
Austrália.“Foi estabelecido por uma
análise ao banco de dados digital (…) que Novak Djokovic foi testado
várias vezes e que os certificados para esses testes de 16 de dezembro e
22 de dezembro de 2021 são válidos”, refere a instituição, em
comunicado. De acordo com a agência de
notícias Tanjug, a denúncia foi apresentada a 12 de janeiro contra
pessoas desconhecidas, que supostamente falsificaram a documentação para
o tenista, que não está vacinado. A
procuradoria decidiu investigar e pediu a confirmação da autenticidade
dos testes de 16 de dezembro, no qual testou positivo, e 22 de dezembro,
que resultou em negativo, algo que foi agora validado pelo Ministério
da Saúde da Sérvia, o que levou a que a queixa fosse arquivada.O
facto de Djokovic ter aparecido em eventos públicos e dado entrevistas
no período em que disse ter estado infetado levou dúvidas sobre a
autenticidade do seu PCR.Alegou que só
recebeu o resultado positivo no dia seguinte, a 17 de dezembro, e que a
entrevista que deu a 18 ao L’Equipe resultou de "um erro de
julgamento" seu em relação à situação. Djokovic,
que não está vacinado contra a Covid-19, viajou para Melbourne para
disputar o Open da Austrália no início de janeiro, beneficiando de uma
exceção médica pelo facto de ter estado infetado.Ainda
assim, por não estar vacinado, as autoridades australianas acabaram,
por lhe negar a entrada no país, considerando-o
um “risco para a saúde pública”, acabando por ser deportado a 16 de
janeiro, antes do início do torneio.