Nova variante é mais transmissível o que a torna mais preocupante
Covid-19
22 de dez. de 2020, 11:29
— Lusa/AO Online
Até ao
momento a nova variante ainda não foi observada em Portugal, afirmou aos
jornalistas Marta Temido, no final de uma reunião de trabalho sobre o
Plano de Vacinação de combate à covid-19, em Lisboa, na qual estiverem
presentes vários ministros, representantes da ‘task force’ e o
primeiro-ministro, que participou por videoconferência por estar em
isolamento profilático.“O Instituto
Nacional de Saúde Ricardo Jorge tem trabalhado na sequenciação do genoma
do vírus desde abril e os últimos estudos que realizou e que se
reportam ao mês de novembro, já durante a segunda vaga da doença, não
indicavam a presença desta mutação no nosso país", disse, explicando
essas análises se reportam a um universo razoável de 16 distritos e 113
concelhos.Marta Temido salientou que o
mais importante é a população manter as medidas de precaução que “são
essenciais para esta mutação [do vírus] como para outras”.Segundo
a ministra, o Reino Unido vinha assistindo nas últimas semanas a um
número crescente de novos casos desta nova variante do vírus, que
provoca a covid-19. Através de
estudos da caráter epidemiológico laboratorial realizados pelo Reino
Unido e dos seus dispositivos foi possível identificar uma variante do
SARS-CoV-2 que reúne “uma série de especificidades que a torna mais
transmissível”.“Aquilo que nos tem sido
informado é que será uma variante que não tem mais riscos de
complicações hospitalares do que as anteriores, que não terá mais risco
de letalidade que as anteriores, mas que terá uma capacidade de se
introduzir no organismo e se de multiplicar mais acentuada do que as
anteriores”, sublinhou a ministra Marta Temido.
De acordo com a ministra, o risco de transmissão efetiva (RT) de 0,4% e
também de “uma transmissibilidade significativa na população” da nova
variante, isso torna-a “mais preocupante”. Sobre
em que medida essa preocupação se irá materializar no plano de
vacinação, Marta Temido disse que “é algo que está a ser acompanhado”.Preventivamente
um conjunto de países, e também em resposta àquilo que foi o apelo
realizado no domingo pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de
Doenças aos países para que precocemente elevassem os seus mecanismos de
proteção, alguns países, designadamente Portugal, optaram por
introduzir medidas restritivas.Portugal
optou por restringir a entrada no país de cidadãos portugueses ou com
residência em Portugal ou pessoal diplomático e requerer que trouxessem
um comprovativo de realização de um teste pelo método PCR com resultado
negativo à covid-19.Os que não tenham esse comprovativo devem fazer o teste e ficar em isolamento até saber o resultado, explicou a ministraQuestionada
sobre uma notícia veiculada pelo Eurointelligence que avança, sem citar
fontes, que a UE terá gerido mal a compra de vacinas, que não chegam
para as necessidades, levando alguns países, nomeadamente a Alemanha, a
procurarem comprar vacinas individualmente, ultrapassando a UE e
violando o princípio da solidariedade europeia, a ministra afirmo que
não tem conhecimento desta situação.“Não
tenho conhecimento, muito pelo contrário”, disse, sublinhando que o que
os “países do trio” que estão na presidência da União Europeia entre
junho de 2020 e final de 2021 defendem uma “grande coordenação da
vacinação na União Europeia e uma grande solidariedade entre os países”.“Naturalmente
que é difícil entre 27 Estados fazerem este caminho”, mas os países
estão “unidos” até na compra conjunta de consumíveis e acessórios para a
vacinação.Marta Temido sublinhou que é na
lógica de uma “Europa solidária e social”, um dos motes na presidência
portuguesa, que Portugal de colocam relativamente a esse tema,
procurando a partir da posição do país no globo “ajudar e apoiar outros
países com menor acesso ás vacinas”.