Nova presidente da Raríssimas quer manter "balão de oxigénio" para crianças e famílias
3 de jan. de 2018, 15:17
— Lusa/AO online
"Não
vai ser simples, vai demorar tempo e vai ser uma luta, mas estamos cá
para ela", afirmou aos jornalistas Sónia Margarida Laygue, que quer as
contas da instituição auditadas e reunir-se com o Governo para a tutela
contribuir para solucionar os problemas da Raríssimas.Quanto
à presidente demitida, Paula Brito da Costa, e aos ex-membros da
direção em investigação por suspeitas de irregularidades na gestão,
defende que não devem voltar, pelo menos até haver conclusões."Enquanto
houverem processos na justiça, as pessoas implicadas devem ser
afastadas", declarou, considerando que "não seria moral e eticamente
aceitável" que voltassem a cargos na instituição.Sónia Margarida Laygue ressalvou que não tira "de forma alguma o mérito a quem criou" a Raríssimas.A
presidente eleita, que tomará posse na próxima sexta-feira com os
outros membros da lista que liderou para preencher os lugares deixados
vagos pela demissão dos ex-membros, salientou que "é essencial e
determinante para as famílias que a Raríssimas continue".Mãe
de uma menina de três anos que é diariamente assistida na associação,
afirmou conhecer bem a resposta dada a pessoas "que de outra forma não
teriam qualquer tipo de apoio e assistência para terem meios de se
superarem todos os dias"."Tenho toda a motivação dentro de mim para continuar este projeto", garantiu.A
nova dirigente pretende, como um dos primeiros atos, saber se as contas
da instituição foram auditadas para compreender o "estado da nação" que
vai assumir com a sua equipa.Considera ainda importante "falar com o Governo diretamente" para que a tutela colabore na resolução dos problemas.A
lista liderada por Sónia Margarida Laygue foi hoje aprovada pela
maioria dos sócios que compareceram na assembleia geral extraordinária
da Raríssimas, menos de cinco por cento dos 566 associados ativos.Preenche cinco lugares efetivos na direção, onde permanecem quatro membros da anterior.Foram ainda eleitos três novos membros para o Conselho Fiscal da instituição.Paula
Brito da Costa, fundadora da Raríssimas, demitiu-se da presidência após
uma reportagem da TVI em que se levantavam suspeitas sobre a sua
gestão.Foi
constituída arguida no âmbito da operação Raríssimas desenvolvida pela
Polícia Judiciária e Ministério Público, que está a ser conduzida pelo
Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.A
investigação da TVI mostrou documentos que colocam em causa a gestão da
instituição de solidariedade social, nomeadamente de Paula Brito da
Costa, que alegadamente terá usado o dinheiro para diversos gastos
pessoais.