Nova administradora do HDES quer renegociar dívida com fornecedores
25 de out. de 2024, 17:02
— Lusa/AO Online
“Estamos a preparar um plano
estratégico que passará, seguramente, por reunir com todos os
fornecedores e discutir a eventualidade de um desconto financeiro, de
modo a proporcionar o compromisso do pagamento ao longo de um período de
tempo de tempo e de forma faseada”, explicou Paula Macedo.A
nova presidente, indigitada pelo Governo Regional dos Açores, falava
durante uma audição na Comissão de Assuntos Sociais da Assembleia
Regional, reunida em Ponta delgada.Paula
Macedo, que irá acumular, provisoriamente, as funções de diretora
clínica e de presidente do Conselho de Administração do HDES, admitiu
que o pagamento de dívidas a fornecedores tem constituído uma
dificuldade para a administração da maior unidade de saúde dos Açores.“Não
tem havido a capacidade de alterar este percurso natural de aumento do
peso da dívida”, reconheceu a nova administradora, acrescentando que é
necessário criar um plano estratégico que ajude a minimizar o problema,
acrescentando que o pagamento aos fornecedores locais tem sido feito a
60 dias.A nova presidente disse também que
pretende reduzir as listas de espera em cirurgia (que voltaram a
aumentar depois do incêndio que ocorreu a 04 de maio), investindo na
cirurgia de ambulatório, que não obriga os pacientes a ficarem
internados durante vários dias.“As
especialidades que têm maior lista de espera são cirurgia geral,
ortopedia e otorrinolaringologia, que representam 60% da lista de
intervenção cirúrgica no HDES”, realçou Paula Macedo, acrescentando que
“tem de haver um maior financiamento” para o pagamento aos médicos,
destinado ao combate às listas de espera.Segundo
explicou, o novo Conselho de Administração está a preparar um “plano
funcional” para o HDES, para os próximos 25 anos, que contempla a
realização de obras estruturais no edifício danificado pelas chamas, mas
também um reforço dos recursos humanos, que continua a ser um dos
principais problemas da unidade hospitalar insular.“A
decisão dos médicos não passa, exclusivamente, por uma ajuda
financeira, mas passa seguramente por saber o que se faz e como se faz e
qual o reconhecimento e satisfação profissional, o que significa que os
serviços têm de estar em franca expansão, com tecnologia avançada e com
diferenciação, que é aquilo que a nova geração quer”, justificou.Paula
Macedo, que foi uma das grandes defensoras da aquisição de um hospital
modular em Ponta Delgada (que permitiu reabrir os serviços de urgência e
o bloco operatório de forma provisória), admitiu também que esta opção,
que custou aos cofres da região cerca de 23 milhões de euros, provocou
“alguma tensão no seio da administração”.