Notários vão a votos
Cerca de 400 notários vão eleger sábado o novo bastonário da Ordem dos Notários entre os candidatos Carla Soares, Alex Himmel e José Relva, após um período eleitoral marcado pela discussão dos direitos da classe e pela reforma que o Governo fez no sector.

Autor: Lusa/AOonline

  A candidata Carla Soares, 44 anos, nascida no Lobito, Angola, é notária há 10 anos e diz pretender "travar uma luta pela revisão dos direitos da sua classe", alegando que a Ordem carece de um "abanão".

    Travar a perda de estatuto dos notários, recuperar um conjunto de serviços entretanto perdidos para outras profissões e requalificar a missão do notário na comunidade são alguns dos objectivos da candidata Carla Soares, que licenciou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em 1987.

    Na sua perspectiva, o notariado tem "sofrido muitos ataques, prejudiciais aos interesses dos portugueses", tendo alertado, em declarações à Lusa, para os "riscos" que a reforma que o Governo está a implementar coloca em matéria de segurança jurídica e na formalização de contratos entre privados.

    A candidata mostra-se ainda preocupada com a "total ausência de qualificação jurídica dos funcionários que formalizam contratos nas conservatórias e a seguir os registam".

    Alex Himmel refere na sua candidatura que concorre ao lugar porque tem "confiança no futuro" e "confiança em todos os colegas".

    Manifesta também confiança "na excelência do serviço" e "na imagem positiva que os notários deixam nos seus utentes".

    Alex Himmel exalta ainda as qualidades destes profissionais como "imparciais, rápidos, sérios e com preços justos, oficiais públicos, delegatários da fé pública, que exercem as funções organizados como profissionais liberais".

    O candidato José Relva considera que estes profissionais são aqueles que melhor garantirão a segurança jurídica dos contratos e da vida dos cidadãos, já que conseguem "conciliar celeridade com segurança, a preços justos".

    No manifesto da sua candidatura, José Relva refere que "a crise financeira mundial veio colocar de novo, no centro das atenções, a necessidade da regulação do sistema", ou seja, a necessidade do "controlo e da segurança, sendo que o liberalismo desregulado levou inevitavelmente a situações perigosas e indesejáveis".

    O candidato, notário na Guarda, alerta que "algumas das medidas legislativas", tomadas pelo Governo, traduziram-se, "na prática, em inequívoca insegurança jurídica, potenciadora de conflitos sociais", mas refere estar "aberto e disponível ao diálogo, na procura de consensos profícuos".

    O candidato a ser hoje eleito sucederá a Joaquim Barata Lopes.