Noruega deixa de conceder asilo automático a ucranianos

27 de set. de 2024, 12:07 — Lusa/AO Online

Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022, as autoridades norueguesas decidiram atribuir “proteção coletiva” aos refugiados ucranianos, concedendo-lhes automaticamente asilo.Nos últimos dois anos e meio, a Noruega, um país com 5,6 milhões de habitantes, acolheu cerca de 85.000 ucranianos, o que, segundo Oslo, é mais do que os vizinhos nórdicos.“Não podemos aceitar uma percentagem desproporcionada de pessoas deslocadas em comparação com países comparáveis, como os países nórdicos”, afirmou a ministra da Justiça norueguesa, Emilie Enger Mehl, citada pela agência francesa AFP.A partir de agora, as autoridades de imigração tratarão individualmente os pedidos de asilo dos residentes de seis regiões da Ucrânia Ocidental consideradas seguras: Lviv, Volhynia, Transcarpathia, Ivano-Frankivsk, Ternopil e Rivne.O Governo norueguês justificou as medidas mais rigorosas com o impacto do afluxo de refugiados na habitação, nos serviços de saúde e nas escolas de vários municípios.Enger Mehl disse também que “uma proporção crescente” dos refugiados ucranianos eram “homens, muitos deles em idade de combater”, numa altura em que a Ucrânia luta para reconstituir as fileiras do exército para repelir a ofensiva russa.Ao longo do tempo, as autoridades norueguesas já tinham tornado mais rigorosas as condições de acolhimento, na esperança de limitar o número de chegadas e incentivar mais ucranianos a encontrar trabalho.