Norma da DGS sobre visitas a idosos infetados em lares divide responsáveis
Covid-19
29 de nov. de 2022, 13:32
— Lusa/AO Online
Na
opinião do padre Lino Maia, presidente da Confederação das Instituições
de Solidariedade Social (CNIS), a norma é “oportuna” e trata-se de uma
“orientação esperada e consistente”.“Na
generalidade dos lares havia visitas a pessoas infetadas, com os devidos
cuidados porque o vírus numa pessoa num lar pode com facilidade
propagar-se a outras pessoas. Mas não podemos ter as pessoas
indefinidamente enclausuradas e já sabemos que, com a vacinação
completa, o vírus não tem a força que teria com todo este processo de
vacinação”, defendeu.Na opinião do
presidente da CNIS, os lares já estão “devidamente apetrechados” para
cumprir a recomendação e, tendo em conta que “já não há surtos” como os
registados no início da pandemia, “há mais condições para proteger as
pessoas, evitando propagações”.A DGS
publicou na segunda-feira uma nova norma sobre os casos de suspeita ou
confirmação de covid-19, que salienta que a elevada cobertura vacinal e a
evolução epidemiológica favorável permitem “progredir para um modelo de
resposta focado na prevenção e no tratamento da doença grave, atento ao
padrão de circulação e ao aparecimento de novas variantes de
SARS-CoV-2”.Nessa norma, fica definido que
as visitas aos doentes com covid-19 que estejam em lares ou estruturas
similares devem ser asseguradas, desde que garantido o cumprimento do
plano de contingência, incluindo utilização adequada de equipamento de
proteção individual.O presidente da
Associação de Apoio Domiciliário de Lares e Casas de Repouso de Idosos
apontou que a norma da DGS “é confusa, pouco orientadora, [e] com regras
um bocado vagas”.João Ferreira de Almeida
defendeu que a DGS deveria ter atualizado a orientação específica sobre
os procedimentos a adotar nos lares relativamente à covid-19 em vez de
publicar esta norma “que mistura situações hospitalares com situações em
lares”.“Esta dualidade de atuação da DGS
não consigo compreender porque só baralha, só complica, só desorienta e
nós precisamos é de orientação”, criticou.O responsável defendeu mesmo que a norma “não faz sentido”, questionando o que se andou a fazer durante dois anos.“Se
a situação agora é assim, porquê tantas restrições e tão severas
algumas durante quase dois anos. Isto faz-me confusão”, criticou.Acrescentou
que “seria bom” que esta norma determinasse que as visitas possam ser
retomadas com a normalidade existente antes da pandemia, “em que as
visitas eram feitas na sala, com visitas para mais do que um idoso em
simultâneo”.“Acho que é uma flexibilização
exagerada. Estão a fazer confiança com a dose de reforço a vacina. Não
sei se não estão a confiar demais”, apontou João Ferreira de Almeida.