Norberto acordou, veio à janela e viu o "Mestre Simão" encalhado
16 de jan. de 2018, 11:17
— Lusa/AO online
Aos
76 anos, Norberto conta à reportagem da agência Lusa que nunca tinha
visto nada assim: o picoense fala do "Mestre Simão", barco da
Atlânticoline que fazia a ligação entre o Faial e o Pico e que encalhou à
entrada para o cais da Madalena a 06 de janeiro, sábado de manhã."Quando
acordei vim à janela, estava o barco ali", disse o morador de há 15
anos numa das vivendas que se situa de frente para o cais.Norberto
viu os socorros prestados às 70 pessoas que se encontravam no barco,
uma "operação muito boa, com calma, tudo correu bem", mas admite que
"viu aquilo mal", temendo que o barco virasse e ferisse ou vitimasse
mortalmente alguns dos passageiros.O
"Mestre Simão" é, de então para cá, uma imagem presente no dia-a-dia
dos habitantes da Madalena, e não são raros os locais e turistas que
olham atentamente para o barco - também é recorrente haver algumas
embarcações técnicas a circular à sua volta."Já
vi muita gente aí a olhar para isso, mas não sei o que estão à espera.
Não sei qual a forma como vão retirar o barco dali", prossegue Norberto
Oliveira Jorge, que advoga ser importante, nesta fase, evitar que o
combustível do barco rompa para o mar.Continua
a decorrer um inquérito para apurar as causas do acidente na Madalena
do Pico com o navio "Mestre Simão", de 40 metros de comprimento, que
transportava, na altura, 61 passageiros e nove tripulantes.O
mestre que operava a embarcação nesse dia já foi ouvido pelas
autoridades, mas a administração da Atlânticoline decidiu não o colocar
ainda a trabalhar.O
navio deverá ter ainda cerca de 30 toneladas de combustível a bordo,
admitiu já o presidente da Atlânticoline, Carlos Faias, que sublinhou
que parte do combustível que se encontrava nos tanques do navio
derramou, entretanto, para o interior do porto da Madalena do Pico,
situação que obrigou à colocação de barreiras de retenção da poluição e a
trabalhos de limpeza.Nesta fase aguarda-se o avançar de um plano de trasfega do combustível que ainda está no barco.