Nível de escolaridade dos alunos depende das suas origens socioeconómicas
9 de nov. de 2017, 17:36
— Lusa/AO online
A
edição de 2017 do Monitor da Educação e da Formação da Comissão
Europeia, publicada hoje, revelou que apesar de os Estados-Membros
estarem a realizar progressos na reforma e modernização da Educação é
necessário mais esforços para alcançar a equidade no ensino. Os
dados revelaram ainda que as habilitações literárias são um fator
importante para o êxito em termos sociais e que as pessoas que
completaram apenas o Ensino Básico têm quase três vezes mais
probabilidades de viver em situação de pobreza ou de exclusão social do
que as pessoas com o Ensino Superior. Em
2016, segundo o monitor, apenas 44% dos jovens dos 18 aos 24 anos que
tinham concluído o terceiro ciclo do Ensino Básico estavam empregados. Outro
dos dados revelados indica que na população entre os 15 e 64 anos a
taxa de desemprego é muito mais elevada entre as pessoas que têm o
Ensino Básico do que entre os que têm o Ensino Superior, 16,6% face a
5,1%, respetivamente. O
estatuto socioecónomico determina o grau de sucesso escolar, dado que
33,8% dos estudantes mais desfavorecidos tem fraco aproveitamento em
comparação com 7,6% dos que tem boas condições, sustenta o estudo. O
monitor realçou que as pessoas nascidas fora da União Europeia (UE) são
particularmente vulneráveis, pois estão frequentemente expostas a
vários riscos e desvantagens, como o facto de os seus pais terem poucas
ou fracas qualificações, de não falarem a língua local em casa, de terem
acesso a um menor número de recursos culturais e de sofrerem de
isolamento e de fracas redes sociais no país de imigração. Também
os jovens oriundos da imigração apresentam um maior risco de maus
resultados escolares e de abandono escolar precoce, sustentou. O
comissário responsável pela Educação, Cultura, Juventude e Desporto,
Tibor Navracsics, citado em comunicado, referiu que as desigualdades
ainda privam muitos europeus de viverem a sua vida da melhor forma
possível. “São
também uma ameaça à coesão social, ao crescimento económico e à
prosperidade. É demasiado frequente os nossos sistemas de ensino
perpetuarem as desigualdades, é o caso quando não se adequam às pessoas
dos meios socioeconómicos mais desfavorecidos e quando o estatuto social
dos pais determina os resultados escolares, mantendo a pobreza e as
oportunidades reduzidas no mercado de trabalho de uma geração para a
seguinte”, salientou. Tibor
Navracsics considerou que é necessário trabalhar mais para ultrapassar
essas desigualdades, dados os sistemas de ensino terem um papel especial
a desempenhar na construção de uma sociedade mais justa.Um
dos objetivos da UE para 2020 é reduzir para 15% os estudantes de 15
anos que obtêm resultados negativos em leitura, matemática e ciências. A
17 de novembro, em Gotemburgo, na Suécia, os dirigentes da UE irão
debater a Educação e Cultura, no âmbito da iniciativa “Construir juntos o
nosso futuro” e, em janeiro, acontecerá a primeira Cimeira da Educação
da UE.