Nigéria recusa recrutamento de cidadãos para combater na guerra
Ucrânia
7 de mar. de 2022, 13:15
— Lusa/AO Online
"A
Nigéria rejeita a utilização de mercenários em qualquer parte do mundo e
não tolerará o recrutamento na Nigéria de nigerianos para combater na
Ucrânia, ou em qualquer outro lugar", disse o governo através de uma
declaração do Ministério dos Negócios Estrangeiros publicada no
Twitter.A declaração surgiu após a
publicação de informações nos órgãos de comunicação social locais, dando
conta de que nos últimos dias centenas de nigerianos se tinham
voluntariado na embaixada ucraniana no país."A
embaixada ucraniana refutou as alegações, mas confirmou que vários
nigerianos se tinham aproximado da embaixada mostrando a sua vontade de
lutar ao lado da Ucrânia, no conflito em curso com a Rússia", disse o
ministério nigeriano. A embaixada disse
também que "o governo ucraniano não está a admitir combatentes
estrangeiros voluntários" e negou ter pedido uma soma de cerca de 925
euros por pessoa para cobrir custos de viagem e vistos, como alguns
meios de comunicação social tinham noticiado.Na
passada quinta-feira, o Senegal pediu à embaixada ucraniana em Dakar
que retirasse "imediatamente" uma publicação nas redes sociais a apelar
aos cidadãos estrangeiros para lutarem na guerra.Tal
como as autoridades nigerianas, o Ministério dos Negócios Estrangeiros
senegalês afirmou, numa declaração, que "o recrutamento de voluntários,
mercenários ou combatentes estrangeiros em território senegalês é
ilegal".A 27 de fevereiro, o Presidente
ucraniano, Volodymir Zelensky, apelou aos cidadãos de países
estrangeiros amigos da Ucrânia para se juntarem à luta contra a agressão
russa, como parte de uma espécie de nova legião internacional. De
acordo com as regras do serviço militar nas forças armadas do país, os
cidadãos estrangeiros podem juntar-se voluntariamente a unidades, como
as forças de defesa territorial. Numa
mensagem de vídeo, Zelensky disse que os cidadãos que queiram ser
voluntários para contactar o conselheiro de Defesa na embaixada
ucraniana nos seus respetivos países. Segundo
a vice-ministra da Defesa ucraniana, Hanna Maliar, milhares de pessoas
já apresentaram pedidos para lutar contra a Rússia.