Nicolás Maduro acusa oposição de tentar sabotar eleições legislativas
Venezuela
9 de set. de 2020, 09:35
— Lusa/AO Online
“Querem sabotar as eleições. Capriles Radonski, entende que o povo já te derrotou duas vezes", disse Maduro.Nicolás
Maduro, que é também presidente do Partido Socialista Unido da
Venezuela (PSUV, o partido do governo), falava durante um ato
transmitido na integra pelas rádios e televisões do país, em que foram
dados a conhecer os nomes dos 554 candidatos principais e suplentes do
PSUV para as eleições legislativas.“Estão a
tentar levantar uma campanha desde a Europa [...], desesperados para
sabotar as eleições de 06 de dezembro, para tentar impor uma matriz de
opinião para que se suspendam as eleições”, disse.Segundo
Nicolás Maduro, “em qualquer circunstância, chova ou troveje, essas
eleições têm de fazer-se, pelo bem institucional, pela democracia do
país”.“Não percebem [Capriles e Guaidó]
que não se trata de [Nicolás] Maduro, que não se trata de Chávez [Hugo,
que presidiu o país entre 1999 e 2013], que não é um homem, é um povo
bravo e consciencioso, rebelde, lutador e guerreiro”, frisou.O
Presidente da Venezuela vincou ainda que o chavismo venceu 22 das 25
eleições venezuelanas, desde a chegada da revolução bolivariana, em
1999.“Vencemos referendos, eleições
presidenciais e de governadores. Temos sabido ganhar e temos sabido
perder. Mas sempre soubemos competir, colocar os nossos nomes na batalha
e deixar que o povo decida”, disse.Por
outro lado, explicou que no país “está a surgir uma outra oposição
nacional, soberana” de jovens dos partidos opositores Primeiro Justiça,
Um Novo Tempo e Vontade Popular, “que se uniram para participar nas
eleições”.As próximas eleições legislativas na Venezuela estão marcadas para o próximo dia 06 de dezembro.No
entanto, 37 organizações, entre elas os quatro maiores partidos da
oposição (Ação Democrática, Primeiro Justiça, Vontade Popular e Um Novo
Tempo), anunciaram que não participariam nas legislativas, que antecipam
ser “uma fraude”.O ex-candidato
presidencial, Henrique Capriles Radonski, demarcou-se recentemente do
líder opositor Juan Guaidó. Tem instado a oposição a participar nas
próximas eleições e anunciou que está a analisar várias propostas de
pequenos partidos opositores.Desde junho, o
Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela suspendeu a direção dos
partidos opositores Vontade Popular, Primeiro Justiça e Ação
Democrática, e também de vários partidos afetos ao regime, entre eles
Pátria para Todos e Tupamaro, e ordenou que fossem reestruturados,
nomeando direções provisórias para esses partidos.A
decisão foi classificada pela oposição como uma manobra de preparação
“para uma nova farsa eleitoral”, em que o regime decidirá quem preside
aos partidos nas próximas eleições.A
Venezuela tem, desde janeiro, dois parlamentos parcialmente
reconhecidos, um de maioria opositora, liderado por Juan Guaidó, e um
pró-regime, liderado por Luís Parra, que foi expulso do partido opositor
Primeiro Justiça, mas que continua a dizer que é da oposição.