Nicolás Maduro aceita proposta de diálogo de Juan Guaidó
Venezuela
13 de mai. de 2021, 12:22
— Lusa/AO Online
“Agora
(Juan) Guaidó quer sentar-se a dialogar comigo. Será que lhe derem a
ordem desde o Norte (EUA)”, disse Nicolás Maduro.O Presidente da Venezuela falava durante uma reunião de trabalho com membros do Governo, transmitida pela televisão estatal.“Estou
de acordo em dialogar, com a ajuda da União Europeia, os Estados
Unidos, o reino da Noruega e do Grupo de Contacto, e com toda a oposição
para ver se deixam o caminho da guerra e se juntam ao eleitoral.
Aprovada a proposta”, disse.Nicolas Maduro frisou ainda estar na disposição de reunir-se com a oposição “onde e quando quiserem". O Presidente da Venezuela frisou ainda que se Juan Guaidó “quer dialogar, quer recapacitar” será “bem-vindo”.“Mas,
tem que incorporar-se aos diálogos que já estão em curso. Não pense ele
que é o líder supremo de um país que não o reconhece”, frisou.O
líder opositor venezuelano, Juan Guaidó, propôs, terça-feira, avançar
com um “acordo de salvação nacional” entre as “forças democráticas” e o
Governo de Nicolás Maduro que inclua um calendário para eleições livres e
levantamento progressivo das sanções internacionais.“A
gravidade da crise, os nossos aliados, a comunidade internacional e o
que construímos ao longo dos anos nos dizem que devemos chegar a um
acordo para salvar a Venezuela. Não a qualquer acordo ou negociação que
mantenha igual o que hoje está (…) ou que troque espelhos por alguns
encargos”, disse.A proposta foi feita
através de um vídeo, divulgado em Caracas, em que começa por dizer que o
país “vive a pior crise” da sua história e que o momento atual
“necessita de seriedade, empatia por quem mais sofre, ação ligada aos
princípios e buscar ações realistas e viáveis”.“Estamos
a usar todos os mecanismos e capacidades que dependem de nós, mas ainda
temos que atingir o objetivo fundamental de recuperar nossa
democracia”, afirmou.Segundo Guaidó “a
Venezuela precisa de um acordo de salvação nacional” que, “entre as
forças democráticas representadas pelo governo interino, a Assembleia
Nacional e a plataforma unitária, os atores que constituem e sustentam o
regime e a comunidade internacional, especialmente as potências
internacionais”.“Propomos um acordo que
inclua, a convocação de um calendário de eleições livres e justas:
presidenciais, parlamentares, regionais e municipais com observação e
apoio internacional”, explica.O acordo,
explicou, deve ainda incluir “a entrada maciça de ajuda humanitária e
vacinas contra a covid-19; garantias para todos os atores das forças
democráticas e também do ‘chavismo’, com mecanismos para a
reinstitucionalização da Venezuela”.Também
a libertação dos presos políticos, o regresso dos exilados, “justiça de
transição”, o compromisso da comunidade internacional para a
recuperação e “oferecer incentivos ao regime, incluindo o levantamento
progressivo das sanções, condicionado ao cumprimento dos objetivos
fundamentais do acordo”.Guaidó diz que
“ninguém confia na ‘ditadura’” e que é preciso “maior pressão nacional e
internacional” para garantir um processo que inclua as garantias, mas
também “mecanismos para prestação de contas” se o regime “tentar de novo
evadir uma solução negociada”.Guaidó
disse ainda estar na disposição de participar em qualquer mecanismo para
construir uma melhor unidade e legitimar a luta opositora, mas que
“conspirar com a ‘ditadura’ para se legitimar como tirania, e oposição
leal a essa tirania, não conduz à liberdade, mas à submissão e à
normalização da pior tragédia” que o país já viveu.