Netanyahu promete perseguir Hamas “em todos os cantos de Gaza, incluindo Rafah”
7 de mar. de 2024, 18:24
— Lusa
Na
cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, está concentrado mais de um
milhão de pessoas, a maioria das quais deslocadas pela guerra iniciada
há cinco meses por Israel em retaliação ao ataque do Hamas a território
israelita. A ONU já advertiu de que uma ofensiva em grande escala
naquela zona terá consequências devastadoras.Netanyahu,
que falava numa escola de cadetes no sul de Israel, argumentou que o
país trava “uma guerra existencial” e que “tem de ganhá-la”, pelo que
não descarta entrar no que descreveu como “o último bastião do Hamas”,
independentemente das críticas internacionais.“Aqueles que nos dizem que não atuemos em Rafah estão a dizer-nos que percamos a guerra, e isso não vai acontecer”, sublinhou.Segundo
o chefe do executivo israelita, os Governos internacionais deveriam
entender que “derrotar os assassinos” do 07 de outubro significa
“impedir o próximo 11 de Setembro”, noticiou o diário The Times of
Israel.A 07 de outubro do ano passado,
combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) – desde 2007 no
poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos
Estados Unidos, a União Europeia e Israel – realizaram em território
israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do
Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.163 mortos, na maioria civis, e
cerca de 250 reféns, 130 dos quais permanecem em cativeiro, segundo o
mais recente balanço das autoridades israelitas.Em
retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que
começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e
combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma
ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao
sul.A guerra entre Israel e o Hamas, que
hoje entrou no 153.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região
do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 30.800 mortos,
pelo menos 72.298 feridos e cerca de 7.000 desaparecidos soterrados nos
escombros, na maioria civis, de acordo com o último balanço das
autoridades locais.O conflito fez também
quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano
sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com toda a população
afetada por níveis graves de fome que já está a fazer vítimas, segundo a
ONU.Na Cisjordânia e em Jerusalém
Oriental, territórios ocupados pelo Estado judaico, mais de 400
palestinianos foram mortos desde 07 de outubro pelas forças israelitas e
em ataques perpetrados por colonos, além de se terem registado mais de
3.000 feridos e 6.650 detenções.